Este artigo tem como principal objetivo analisar o empoderamento feminino na agricultura familiar nos Projetos de Assentamento Rural Nova Vida e Limoeiro, estado da Bahia, Brasil. Como método norteador da pesquisa utilizou-se a ferramenta para medir o Índice de Empoderamento das Mulheres na Agricultura (WEAI) adaptada numa perspectiva de aplicação e análise de gênero em assentamentos rurais de reforma agrária. Neste estudo, utilizou-se das respostas dadas especialmente por mulheres sobre os membros de suas famílias, e sobre as suas realidades em relação à comunidade, a partir de um formulário semiestruturado, o qual no Nova Vida foi aplicado no ano de 2020, e no Limoeiro no ano de 2021, ambos presencialmente. O formulário semiestruturado continha os indicadores em cinco domínios de empoderamento feminino: produção, recursos, renda, liderança e tempo. A escala adotada foi a de 0 a 4, com cinco faixas de empoderamento, da pior situação para a mais satisfatória. Os subíndices e o índice geral de empoderamento correspondem à média ponderada simples das pontuações obtidas respectivamente pelos indicadores e pelos cinco domínios. Os resultados indicaram que na comunidade do assentamento Nova Vida, de forma geral, as mulheres se encontravam em situação de baixo-médio empoderamento na agricultura, e na comunidade do assentamento Limoeiro essa situação era de médio empoderamento. Nos dois assentamentos, os indicadores “decisões sobre planejamento e gestão do lote” e “tempo” da rotina diária, evidenciaram que o gênero feminino pouco participava das decisões relativas à produção e que tinham uma sobrecarga em horas somando atividades domésticas e agrícolas. Isso pode estar contribuindo para um menor empoderamento desse gênero, algo que poderia ser amenizado com a maior distribuição das tarefas domésticas destas com companheiros e filhos.