Os serviços de ATER no Brasil auxiliam os produtores rurais na melhoria de seus sistemas produtivos, orientados pela política nacional (PNATER). Este artigo tem por objetivo analisar a execução da PNATER em comunidades rurais localizadas no sul do estado do Amazonas. A metodologia proposta é de cunho qualitativo-quantitativo, tendo como base analítica a análise de conteúdo, e a utilização de dados socioeconômicos dos agricultores tabulados no programa de estatística SPSS. Foram utilizados também dados de campo recolhidos por meio de entrevistas semi-estruturadas e DRP. De posse de um quadro analítico, verificou-se que o serviço de ATER é escasso em grande parte dos estabelecimentos rurais da região analisada. Reconhece-se que a implantação de uma política de ATER voltada à agricultura familiar em modos ambientalmente sustentáveis de produção é limitada, em consequência do baixo investimento no estado do Amazonas em ações de ATER. Concorre ainda a herança difusionista do antigo modelo e do limitado conhecimento dos técnicos sobre a nova política, além da falta de alcance a novas tecnologias sociais por parte dos(as) agricultores(as).
Os impactos no ambiente aquático estão sendo observados constantemente no Brasil, e a avaliação e monitoramento dos recursos hídricos se torna necessário para um melhor direcionamento nas estratégias de planejamento e gestão ambiental. Nesse contexto, o objetivo do estudo foi caracterizar a qualidade das águas do rio Preto da Eva em seus aspectos físicos, químicos e microbiológicos, e os impactos ambientais decorrente da presença antrópica às margens do rio. O estudo foi desenvolvido em três pontos ao longo do rio Preto da Eva no Estado do Amazonas, durante a enchente e vazante do rio em 2021. A área urbana apresentou maior impacto ambiental quando comparamos com a área rural e periurbana, com diferença significativa na quantidade de resíduos sólidos e poluição sonora (p<0,05), além das variáveis limnológicas que apresentaram valores mais elevados na área urbana. Embora a área urbana apresente alterações nos parâmetros ambientais, o poder de autodepuração do rio auxilia na ciclagem desses nutrientes, mantendo o rio em condições naturais.
A incidência de secas e cheias severas dos rios tem sido intensificada nos últimos anos na Amazônia, tornando o conhecimento das estratégias adaptativas dos ribeirinhos essencial para o desenvolvimento de políticas públicas e planos de prevenção e mitigação mediante à ocorrência desses eventos. Esse estudo identificou as estratégias e ações de adaptabilidade construídas pelas famílias moradoras das comunidades Bracinho e Braço Grande, diante das variações de seca e cheia do Lago do Jenipapo. As comunidades estão situadas no Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Jenipapo, no município de Manicoré, Estado do Amazonas, e possuem relação direta com o Lago Jenipapo, cuja água é utilizada para tráfego, consumo doméstico, atividades de lazer, dentre outros usos. Foram realizadas entrevistas com os moradores, observando-se que as variações sazonais determinam o modo de vida no local, exercendo influência direta sobre as formas de construção das moradias, mudanças nos hábitos alimentares e adaptações das atividades econômicas.
Este artigo apresenta uma discussão em torno das formas de acesso e uso dos recursos naturais em assentamentos rurais "sustentáveis" no Amazonas, relacionando -as aos postulados da política de reforma agrária. O estudo foi realizado por meio de análise comparativa a partir do método Institutional Analysis and Development (IAD) Framework. Os resultados apontam que as dificuldades apresentadas em torno da organização social e as relações institucionais enfraquecidas culminam na vulnerabilidade da permanência das práticas agroecológicas nos assentamentos. Entretanto, em meio a esta instabilidade, os moradores atuam a partir de escolhas que lhes propocionam a continuidade de inovações tecnológicas de base agroecológica, criadas mediante as necessidades das famílias e sua experimentação empírica.
Resumo Resiliência pedagógica pode ser compreendida como uma estratégia que viabiliza de maneira prática e qualitativa a adaptação do professor às situações adversas que surgem em seu ambiente de ensino, principalmente em realidades educacionais não convencionais, como aquelas vivenciadas por escolas localizadas nas margens dos rios da Amazônia. Este estudo objetivou analisar o processo de resiliência pedagógica de professores de uma escola ribeirinha localizada no município de Careiro da Várzea, Estado do Amazonas, considerando três fatores básicos: a formação do professor, o currículo escolar e as práticas educacionais realizadas. Para a realização da pesquisa foi utilizada a abordagem qualitativa e os dados foram coletados por meio de análise documental, pesquisa bibliográfica e entrevistas com professores e gestora da escola. Os resultados demonstram que o currículo escolar possui estrutura semelhante ao currículo de escolas urbanas, mas os professores tentam adaptá-lo à sua realidade, ainda que de forma parcial. Foi observada a ausência de uma formação específica para atuação dos professores na educação ribeirinha e a necessidade de um processo de adaptação constante das práticas educativas, de acordo com a sazonalidade de seca e cheia do Rio Amazonas. Tais necessidades resultam em reelaborações curriculares e de planejamentos, mudanças sazonais de estratégias de aulas e criação de práticas, além da necessidade de adaptação do ambiente escolar à falta de material e de infraestrutura adequada.
A Amazônia figura como o grande lócus da biodiversidade nos discursos ambientais em âmbito global, e o estado do Amazonas concentra boa parcela dessa biodiversidade em seu território. A relevância dessas riquezas naturais ganha destaque nos discursos, difundida como agenda prioritária nas ações baseadas na noção de sustentabilidade. Por meio de uma revisão bibliográfica, este artigo faz uma reflexão a respeito da constituição e dos efeitos do discurso ambiental institucional no Amazonas, apresentando uma relação deste com o panóptico do desenvolvimento sustentável. Observa-se que o discurso ambiental, enquanto exercício de poder, tem sido instrumento na construção de estratégias para a consolidação de instituições governamentais e não governamentais relacionadas à temática ambiental, ao mesmo tempo que tem sido observada pouca efetividade prática na melhoria das condições de vida das populações que habitam as áreas de floresta no estado, além de muitas vezes não haver real aderência a tal discurso no campo da ação e prática por parte das instituições que o propagam.
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