“…Fui motivada a escrevê-lo quando li uma série de artigos que resgatam as condições nas quais, nos anos 1990, tomou corpo, na arena das Nações Unidas, a pauta transnacional de repúdio ao "gênero", cujos efeitos deletérios assistimos hoje nos mais diversos contextos nacionais (Butler, 2004;Case, 2017;Garbagnolli, 2017;Mikolsci;Campana, 2017:723-745;Viveros, 2017:220-241). Eu havia examinado essa trajetória em duas oportunidades anteriores Parker, 2008;Corrêa, 2009), baseando-me na análise desenvolvida por Girard (2007), mas também em observações pessoais, pois acompanhei de perto vários desses debates: a Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento do Rio de Janeiro (1992) ou Eco 92, a Conferências de População e Desenvolvimento do Cairo (CIPD, 1994) e a IV Conferência Mundial das Mulheres de Pequim (IV CMM, 1995), e as Revisões +5 e mais 10 da CIPD e da IV CMM (1999, 2000e 2005.…”