2002
DOI: 10.1590/s1676-56482002000100015
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Silêncio e omissão: aspectos da cultura brasileira nas organizações

Abstract: O artigo analisa o silêncio e a omissão aspectos da cultura brasileira presentes nas organizações empresariais e estatais, que não só moldam a maneira como tais organizações se relacionam entre si e com o mercado, como também influenciam a própria formação e desenvolvimento dos processos e medidas administrativas dessas organizações. O pano de fundo para tal análise é a falsificação de remédios no Brasil, e a sua referência empírica são as organizações a ela vinculadas.

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“…Ainda segundo os autores, os gerentes no Brasil tendem a considerar a "denúncia de irregularidades organizacionais" como um tabu ou um comportamento desviante, perseguindo e retaliando aquele que fez a denúncia como se fosse o problema, e não a irregularidade em si, o que ajuda a aumentar o medo de retaliações. Isso talvez explique por que no caso dos escândalos de falsificação de remédios em 1998 foram os próprios usuários e revendedores que acionaram a empresa fabricante (Vieira et al, 2002), e não os próprios empregados que foram a público denunciar uma irregularidade que afetou milhares de pessoas. Vieira et al (2002) já haviam observado os traços da cultura brasileira como fizeram Sampaio e Sobral (2013), mas seu objetivo era saber como esses traços influenciavam a cultura organizacional.…”
Section: Discussionunclassified
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“…Ainda segundo os autores, os gerentes no Brasil tendem a considerar a "denúncia de irregularidades organizacionais" como um tabu ou um comportamento desviante, perseguindo e retaliando aquele que fez a denúncia como se fosse o problema, e não a irregularidade em si, o que ajuda a aumentar o medo de retaliações. Isso talvez explique por que no caso dos escândalos de falsificação de remédios em 1998 foram os próprios usuários e revendedores que acionaram a empresa fabricante (Vieira et al, 2002), e não os próprios empregados que foram a público denunciar uma irregularidade que afetou milhares de pessoas. Vieira et al (2002) já haviam observado os traços da cultura brasileira como fizeram Sampaio e Sobral (2013), mas seu objetivo era saber como esses traços influenciavam a cultura organizacional.…”
Section: Discussionunclassified
“…Isso talvez explique por que no caso dos escândalos de falsificação de remédios em 1998 foram os próprios usuários e revendedores que acionaram a empresa fabricante (Vieira et al, 2002), e não os próprios empregados que foram a público denunciar uma irregularidade que afetou milhares de pessoas. Vieira et al (2002) já haviam observado os traços da cultura brasileira como fizeram Sampaio e Sobral (2013), mas seu objetivo era saber como esses traços influenciavam a cultura organizacional. O silêncio que Vieira et al (2002) percebem como característico das indústrias farmacêuticas -não se restringido a elas, bastando lembrar os escândalos de soda cáustica no leite -acaba tendo relação com a "denúncia de irregularidades organizacionais", pois os mesmos traços que • MARCOS JÚNIOR DE MOURA-PAULA • moldariam as relações entre empresas e destas com o público parecem também reger suas relações empregatícias, tendo em vista a forma como os delatores podem ser vistos pelos gerentes (Sampaio & Sobral, 2013) ou colegas.…”
Section: Discussionunclassified
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“…Isso ocorre porque, geralmente, trabalhadores denunciantes são vistos, perseguidos e retaliados como traidores, e o ato de denunciar é visto como uma ofensa pessoal, já que a confiança é característica essencial da relação empregatícia (Sampaio & Sobral, 2013). Tal fato talvez explique a denúncia, em 1998, não por parte dos próprios funcionários, mas dos usuários e revendedores que acionaram a empresa fabricante em um dos escândalos de fraudes de remédios no Brasil que afetou milhares de pessoas (Vieira, Crubellate, Silva, & Silva, 2002). Assim, observamos que a figura do denunciante pode representar tanto um traidor de um código de confiança estabelecido nas organizações, o qual rejeita seus laços de lealdade estabelecidos com o empregador, quanto um herói valente contador da verdade contra um sistema moralmente corrupto (Grant, 2002).…”
Section: O Que é a Corrupção Segundo Enrique Dusselunclassified
“…Por ser o gerencialismo de origem estrangeira, a influência da cultura brasileira em instituições públicas deve ser reconhecida quando se pretende seguir um modelo de APG (Abrucio, 1997;Vieira et al, 2002). Esses autores reconhecem dimensões além das formais e objetivas nas organizações, afirmando a importância da utilização da perspectiva cultural como forma de resgatar a subjetividade existente nas respostas que são oferecidas pela organização aos problemas operacionais e institucionais com que se defrontam.…”
Section: O Modelo De Administração Pública Gerencial (Apg): Contribuiunclassified