A teoria neo-institucional tem sido caracterizada por alguns estudiosos do campo dos estudos organizacionais como uma abordagem supostamente determinística. Demonstramos no presente ensaio teórico que tal caracterização não pode ser impingida à perspectiva neo-institucional de maneira generalizada, mas apenas a uma leitura dicotômica dela, típica de visões monoparadigmáticas do processo de institucionalização. A partir dessa demonstração, defendemos a idéia da teoria institucional como teoria multiparadigmática. Para tanto, apresentamos argumentos em favor de uma abordagem recursiva do processo de institucionalização, ressaltando que as noções de estrutura, agência e interpretação são mais apropriadamente tratadas quando definidas como elementos fundamentais da institucionalização como processo recorrente, garantido e condicionado, não determinado, por certo grau de estabilização dos sistemas sociais. Concluímos o ensaio com considerações metodológicas sobre as conseqüências do uso da proposta de abordagem sistêmico-processual recorrente da institucionalização para o desenvolvimento de pesquisas no campo dos estudos organizacionais.
Neste artigo buscamos problematizar, por meio da perspectiva epistemológica pós-moderna, parte da produção nacional de pesquisas e estudos sobre cultura organizacional brasileira. Para tanto, primeiramente apresentamos aspectos da perspectiva pós-moderna de análise, focando em suas contribuições para o estudo da cultura nas organizações. Em seguida, desenvolvemos uma breve apresentação das idéias centrais de artigos publicados em periódicos e congressos nacionais, no período de 1991 a 2000, que versaram sobre cultura organizacional brasileira, buscando traçar suas características fundamentais. Com base nesse quadro de referência, concluímos que a maioria dos estudos sobre cultura brasileira desenvolvidos no âmbito da administração analisa o tema de forma homogênea, não levando em conta a pluralidade e a heterogeneidade de nosso país e de nossas organizações. Rafael Alcadipani FGV-EAESP e ESPM-SP João Marcelo Crubellate FGV-EAESP e UEM ABSTRACT
A teoria neo-institucional tem sido caracterizada por alguns estudiosos do campo dos estudos organizacionais como uma abordagem supostamente determinística. Demonstramos no presente ensaio teórico que tal caracterização não pode ser impingida à perspectiva neo-institucional de maneira generalizada, mas apenas a uma leitura dicotômica dela, típica de visões monoparadigmáticas do processo de institucionalização. A partir dessa demonstração, defendemos a idéia da teoria institucional como teoria multiparadigmática. Para tanto, apresentamos argumentos em favor de uma abordagem recursiva do processo de institucionalização, ressaltando que as noções de estrutura, agência e interpretação são mais apropriadamente tratadas quando definidas como elementos fundamentais da institucionalização como processo recorrente, garantido e condicionado, não determinado, por certo grau de estabilização dos sistemas sociais. Concluímos o ensaio com considerações metodológicas sobre as conseqüências do uso da proposta de abordagem sistêmicoprocessual recorrente da institucionalização para o desenvolvimento de pesquisas no campo dos estudos organizacionais.
O presente trabalho tem como objetivo descrever e analisar as mudanças ocorridas na configuração estrutural das redes de co-autorias entre professores vinculados a Programas Brasileiros de Pós-Graduação (stricto sensu) em Administração e formular proposições, com base na teoria institucional, a respeito das prováveis respostas estratégicas de tais programas à avaliação da Capes. Adotou-se um recorte longitudinal que abrange um período de seis anos, subdivididos em dois triênios: 2001-2003 e 2004-2006. A população pesquisada compreendeu 32 programas de pós-graduação, que foram avaliados pela Capes em 2001, assim como seus 703 pesquisadores identificados. Os dados foram coletados tendo como base o curriculum Lattes dos professores atuantes naqueles programas e foram analisados por meio de rotinas disponibilizadas pelos softwares Ucinet 6.0 e Pajek 1.10. Os resultados apontam aumento na cooperação de co-autoria de um triênio para outro, o que parece indicar aumento da aquiescência dos programas em relação às exigências do órgão de avaliação. As interações tanto podem rejeitar como reforçar pressões institucionais coercitivas e normativas advindas da Capes, quanto à definição das normas que orientam a avaliação trienal dos programas de pós-graduação stricto sensu no Brasil.
RESUMOTradicionalmente a perspectiva estratégica e a perspectiva da teoria institucional em organizações vêm sendo entendidas como abordagens incomunicáveis e até excludentes. Mais recentemente, contudo, uma série de novos estudos parte da teoria institucional para tentar entender fenômenos vinculados ao pensamento estratégico em organizações. Tal tentativa de conciliar padrões institucionais e agência estratégica, que se torna crescentemente aceita no âmbito da teoria organizacional, parece ainda não ter obtido ressonância no âmbito dos estudos específicos de estratégia organizacional. Nesse sentido é que o presente artigo busca oferecer sua principal contribuição. Os objetivos centrais aqui foram propor sistematização das várias vertentes da teoria institucional em organizações, utilizando-se artigos acadêmicos geralmente considerados essenciais para o seu entendimento, e sugerir as possíveis contribuições dessas vertentes para a explicação ou re-explicação do pensamento estratégico. Pode-se concluir que a análise organizacional se beneficia do esforço de conjugação daquelas duas perspectivas analíticas, bem como de cada uma delas separadamente, em vários aspectos.Palavras-chaves: estratégia; neo-institucionalismo; ambiente institucional; ação. ABSTRACTThe analysis of strategy in organizations and the institutional theory have been developed, until recently, as incompatible approaches to decision and action. However a set of new organizational researches based on institutional theory are trying to conciliate the idea of strategic agency and the influence of institutional patterns to explain how decisions are taken and how organizations connect to their environments. As the field of strategy research has not yet seriously taken that possibility, with some few but relevant exceptions, it seems that new contributions are required. So, the main purposes of this paper were: to summary institutional theory perspectives in organization academic field and to suggest new theoretical and conceptual insights for the strategy theory from an institutional point of view. It is possible to conclude that the effort to conciliate those theoretical streams -strategy in organizations and institutional theory -is useful to organization theory, as much as to overcome some difficult aspects of strategic and institutional phenomena.
The neoinstitutional theory has been characterized by some scholars in the field of organizational studies as a supposedly deterministic approach. We will demonstrate in this paper that this characterization cannot be impinged on the neoinstitutional perspective in a generalized way, but only to a dichotomic reading of it, that is typical of monoparadigmatic views of the process of institutionalization. With this demonstration, we defend the idea of the institutional theory as a multiparadigmatic theory. To this end, we present arguments for a recursive approach of the institutionalization process, highlighting that the notions of structure, agency and interpretation are more suitably dealt with when defended as fundamental elements of institutionalization as a recurrent, guaranteed process that is conditioned, not determined, by a certain degree of stabilization of social systems. We conclude the essay with methodological considerations on the consequences of the use of the proposal for a recurrent systemic-process approach of institutionalization for the development of research in the field of organizational studies.
Este artigo descreve e analisa características e mudanças ocorridas na configuração da rede de coautorias formada por professores de programas brasileiros de pós-graduação (stricto sensu) em Administração no período de 2001 a 2006. O referencial empírico compreendeu 703 professores vinculados a programas nacionais de pós-graduação em Administração. Para a análise das redes sociais e coautorias das publicações, utilizamos os softwares Ucinet 6 e Pajek 1.21. Houve significativo crescimento no número de coautorias de um triênio para o outro (2001-2003 e 2004-2006). O aumento na interação entre pesquisadores pode ter ocorrido em razão de mudanças nos critérios de avaliação da Capes, formação de novos grupos de pesquisa e/ou amadurecimento dos já existentes, busca por maior qualidade das pesquisas, elevação do grau de especialização no campo científico, metodologia predominante nas disciplinas, entre outros fatores. Os resultados sugerem que a área está aquiescendo às exigências dos órgãos oficiais de credenciamento da pós-graduação.
neste artigo teórico, discutimos as noções de recursos da firma e de legitimidade para explicação da eficiência estratégica de organizações. Como contribuição principal, propomos, a partir da tendência atual da visão Baseada em Recursos (vBR) e da nova Teoria Institucional (nTI), uma perspectiva alternativa, denominada visão Baseada em Recursos legítimos, relacional e intepretativa, que permita entender a intersubjetividade e a dinamicidade presentes no processo de elaboração da estratégia em organizações. João Marcelo Crubellate
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