Avaliação de indicadores para estimativa das digestibilidades parciais e total de dietas em bovinos

Abstract

RESUMO -Avaliaram-se os indicadores fibra detergente ácido indigestível (FDAi) e óxido crômico (Cr 2 O 3 ) na estimativa das digestililidades parciais e total das frações nutritivas da dieta. Foram utilizados quatro tourinhos Santa Gertrudes canulados no rúmen e no duodeno, distribuídos em delineamento quadrado latino 4 × 4 (animais × período) para estimativa da digestibilidade de quatro dietas compostas de feno de capim-marandu e concentrados, ajustadas para proporcionar ganho de peso corporal diário de 0,5 e 1 kg/animal e potencial de fermentação microbiana de 9,5 e 11 g de PB microbiana/MJ EM fermentável. Os suplementos foram formulados com mistura mineral, milho, soja e farelos de soja e algodão. Não houve interação significativa dietas × indicadores. À exceção dos coeficientes de digestibilidade intestinal da MS e da FDN, todos os outros coeficientes de digestibilidade (MS, PB e CT) diferiram significativamente entre os indicadores avaliados. Quando utilizado o indicador FDAi, foram registrados maiores valores de digestibilidade ruminal e total e menores coeficientes de digestibilidade intestinal. A FDAi possibilitou melhor estimativa dos coeficientes de digestibilidade dos nutrientes das dietas, quando compostas na sua maior parte de volumosos (57 a 70% da MS).Palavras-chave: digestibilidade intestinal, digestibilidade ruminal, fibra em detergente ácido indigestível, óxido crômico Evaluation of markers for estimating ruminal, intestinal and total tract digestibility of nutrients in cattleABSTRACT -Four Santa Gertrudis young bulls fitted with ruminal and duodenal cannula were randomly assigned to a 4 x 4 Latin square to compare ruminal, intestinal, and total tract digestibility of nutrients estimated by the internal marker indigestible acid detergent fiber (IADF) or by the external marker chromic oxide (Cr 2 O 3 ). Animals were fed palisadegrass hay (Brachiaria brizantha cv. Marandu) and concentrates formulated to allow daily body weight gain of 0.5 and 1 kg and potential of microbial fermentation of 9.5 and 11 g of microbial crude protein/MJ of fermentable metabolizable energy. Concentrates contained mineral mixture, ground corn, ground soybean, soybean and cottonseed meals. There was no significant interaction between diets and markers. Except for the apparent intestinal digestibility coefficients of dry matter and neutral detergent fiber, all remaining (OM, CP, and TC) digestibility coefficients differed significantly comparing IADF with Cr 2 O 3 . When IADF was used, ruminal and total tract digestibility of nutrients were greater while intestinal digestibility was lower compared to Cr 2 O 3 . Indigestible ADF yielded the best estimates of nutrient digestibility coefficients in diets with high proportion of forage (57 to 70% of total DM).

Fezes equina como fonte de inóculo na obtenção de indicadores indigestíveis para estimar a digestibilidade em equinos

“…As amostras moídas a 1mm de feno, milho e fezes (dos cavalos da fase anterior) foram pesadas em quadruplicatas, para cada uma das técnicas in vitro, em tubos de ensaio de 100mL e incubadas com líquido ruminal ou fezes equina. Desta maneira, procedeuse o monitoramento do pH no material incubado, por meio de potenciômetro digital DIGIMED ® e corrigido para 6,8, quando necessário, nas primeiras oito horas após a incubação, em intervalos de quatro horas, bem como os tubos foram agitados manualmente a cada três horas até completar 48 horas (CAMPOS et al, 2004). Posteriormente, a agitação foi realizada duas vezes por dia até completar as 144 horas (El SHAER et al, 1987;MORAIS et al, 2010).…”

“…Assim, o líquido ruminal foi coletado antes da primeira refeição do dia, via cânula localizada no rúmen, filtrado e transferido para garrafa térmica, onde foi feito o borbulhamento com dióxido de carbono (CO 2 ) para manter as condições anaeróbicas. Em seguida, nos tubos de ensaio contendo 0,5g de amostra, adicionaram-se 10mL de solução tampão, 12mL de líquido ruminal, borbulhados com CO 2 , lacrados e colocados em banho-maria a 39º C (CAMPOS et al, 2004). Para a técnica in vitro por meio de inóculo das fezes equinas, o material foi obtido de um cavalo castrado, que consumia feno de coast-cross, sem raça definida e peso corporal de 400kg para atender às exigências de mantença conforme o National Research Council (NRC, 1989).…”

“…Diferentemente, a percentagem média da fibra em detergente neutro indigestível de 38,3% do atual ensaio superou os valores verificados para os fenos de Bermuda e do Tifton, obtidos in vitro com líquido ruminal, de 31,7 e 32,06%, respectivamente (LIPPKE et al, 1986;BERCHIELLI et al, 2005). A característica de maior importância de um indicador ideal baseia-se em sua capacidade de resistir à digestão durante a exposição pelo trato gastrointestinal (FAICHNEY, 1975, ZEOULA et al, 2002BRITO et al, 2007 (LIPPKE et al, 1986;MAEDA et al, 2011). Essa inabilidade da técnica com líquido ruminal, como inóculo na incubação in vitro, em recuperar quantitativamente a fibra em detergente neutro indigestível e fibra em detergente ácido indigestível demonstra sua fragilidade em predizer a digestibilidade aparente de nutrientes do feno de coast-cross quando fornecido exclusivamente na alimentação de equinos.…”

Digestibility markers of sheep diets containing hydrolyzed sugarcane-top hay

“…The practice of determining the dry matter digestibility (DMD) of and nutrients through in vivo assays with total feces collection has been adopted over the years, despite being a laborious and costly experimental method, especially due to the need to manipulate large volumes of samples and greater care in handling the animals (BRITO et al, 2007). Therefore, markers have been employed (OLIVEIRA et al, 2012;SOUSA et al, 2015), indigestible chemical components of feeds (internal markers) or that can be added to diets (external markets), and both should be completely retrievable in the feces.…”