Estimação da digestibilidade intestinal da proteína de alimentos por intermédio da técnica de três estádios

Abstract

O objetivo do presente trabalho foi estimar a digestibilidade intestinal da proteína não-degradada no rúmen de alimentos por intermédio da técnica de três estádios. Os alimentos avaliados foram os farelos de soja, algodão e trigo; fubá e glúten de milho; grão de soja e caroço de algodão; e farinhas de peixe, carne e sangue. Os alimentos foram inicialmente incubados no rúmen de bovinos fistulados, por 16 horas para determinação da proteína não-degradada no rúmen (PNDR), sendo o resíduo submetido à digestão com solução de pepsina, durante 1 hora, e solução de pancreatina a 38ºC, durante 24 horas, cujos resíduos foram analisados para nitrogênio total (N). A estimativa da PNDR variou de 18,83 a 94% e a digestibilidade intestinal da PNDR, de 25,07 a 83,25%. O glúten de milho e o farelo de soja foram os alimentos que apresentaram a melhor digestibilidade intestinal e o grão de soja e o farelo de trigo, a pior digestibilidade. Embora alguns sistemas de adequação de dietas para ruminantes considerem que a PNDR apresenta digestibilidade intestinal constante, os resultados encontrados neste estudo sugerem que esta foi variável.

Protein co-products and by-products of the biodiesel industry for ruminants feeding

“…In soybean meal, this number is in accordance to the ones of 89.9% obtained by Calsamiglia & Stern (1995), and of 91.86%, by Marcondes et al (2009). For cottonseed meal, intestinal digestibility percentage close to that obtained in this research was reported by Cabral et al (2001), which was 53.66%.…”

“…The concentration of rumen-degradable protein in soybean and cottonseed meals differed from the ones reported by Cabral et al (2001), which were 50.86 and 64.71%, respectively. The CP of peanut cakes I and II, turnip, crambe and non-detoxified castor-oil seeds cakes, in a similar way to the one in cottonseed and canudo-de-pito meals, presented high rumen degradation; this fact deserves special attention when those elements are added to animal feeding.…”

Avaliação da digestibilidade de nutrientes, em bovinos, de alguns alimentos concentrados pela técnica de três estádios

“…Os resíduos não-degradados in situ e não digeridos in vitro foram homogeneizados e processados em moinho com peneira de 1 mm para determinação dos teores de MS, MO e PB (Tabela 1), conforme metodologia citada por Silva & Queiroz (2002), As digestibilidades intestinais in vitro da M, MO e PB não degradáveis no rúmen foram obtidas conforme preconizado por Calsamiglia & Stern (1995). As amostras dos resíduos não-degradados no rúmen (de cada alimento), por tempo de incubação, contendo 15 mg de N residual foram submetidas à digestão em 10 mL de solução 0,01 N de HCL contendo 1 g/L de pepsina (Sigma P-7012) com pH de 1,9.…”

“…Os valores encontrados neste trabalho corroboram aqueles observados por Ramos et al (1996) Ramos et al (1996), de 8,20% com 12 horas de incubação ruminal, e Cabral et al (2001), de 25,07% com 16 horas de incubação ruminal utilizando farelo de soja.…”

“…O sistema proposto em Cornell, CNCPS, descrito por Sniffen et al (1992), considera 100% de digestibilidade intestinal para as frações protéicas B 1 e B 2 e em 80% a digestibilidade para a fração B 3 , associada à parede celular, que possui lenta degradação. Desse modo, para evitar erros, torna-se necessário determinar de forma mais precisa a digestibilidade intestinal de cada alimento (Cabral et al, 2001).…”