Diversidade e uso de recursos medicinais do carrasco na APA da Serra da Ibiapaba, Piauí, Nordeste do Brasil

Abstract

O presente estudo foi realizado na Área de Proteção Ambiental da Serra da Ibiapaba no município de Cocal, Piauí. Objetivou-se realizar o levantamento das plantas utilizadas pela comunidade, das partes usadas, das indicações, das formas de uso e de administração dessas plantas. Foram realizadas 80 entrevistas com 100% dos moradores de notório saber, residentes no município que utilizavam e/ou comercializavam plantas de uso medicinal. Para definição da amostra utilizou-se o método de bola de neve. Em incursões guiadas por membros da comunidade, foram coletadas as etnoespécies citadas. Após essa etapa, as espécies foram identificadas em laboratório e calculado o Fator de Consenso dos Informantes (FCI) para cada categoria de doença. O material foi incorporado ao acervo do Herbário Graziela Barroso (TEPB/UFPI). Foram identificadas 76 espécies, distribuídas em 61 gêneros e 36 famílias. Sobresairam-se Leguminosae com 22 espécies (28,9%), seguida por Euphorbiaceae com 6 (7,8%), e Solanaceae 4 (5,2%). Os gêneros Croton L. e Hymenaea L. obtiveram o maior destaque, somando 8 (10,5%) do total de espécies. As espécies mais presentes nas indicações de uso foram Ximenia americana com 14 (5,9%), Tabebuia impetiginosa com 9 (3,9%) e Anacardium occidentale com 7 (2,9%). Observou-se que 80,5% dos entrevistados tinham mais de 50 anos e residiam no município a mais de 20 anos, sendo que 70% possuíam apenas ensino fundamental incompleto e 20 % eram analfabetos. Houve maior consenso entre os informantes para tratamento das doenças do sistema respiratório (0,66) e do aparelho digestório (0,65). A maioria das indicações de usos 81 (34,17%) relatados para 28 (36,8%) das espécies visavam curar males do sistema respiratório, tais como asma, bronquite, gripe, inflamação na garganta, pneumonia e sinusite. Para o preparo dos remédios, as partes mais utilizadas foram as cascas (30,5%), as folhas (29,4%) e as raízes (12,6%). As preparações mais comuns foram os chás, garrafadas e lambedores, administrados por via oral. Os resultados sinalizaram para a importância do potencial bioativo da vegetação do carrasco.

Ethnopharmacological study of plants sold for therapeutic purposes in public markets in Northeast Brazil

“…Several studies show that the most common form of use of medicinal herbs is prepared by brewing tea where plant parts are covered with hot and steaming water (Baldauf et al, 2009;Maioli-Azevedo and Kruel-Fonseca, 2006;Chaves and Barros, 2012), while others indicate decoction as a more common way of preparation (Oliveira et al, 2010;Medeiros et al 2003;Pinto et al, 2003). Some authors stress the fact that the boiling time of leaves can change the chemical properties and biological activity of plant species, and the desired effect may not be obtained; thus, only tougher portions of the plant such as stem, root and bark should be boiled (Chaves and Barros, 2012;Arnous et al, 2005).…”

“…Some authors stress the fact that the boiling time of leaves can change the chemical properties and biological activity of plant species, and the desired effect may not be obtained; thus, only tougher portions of the plant such as stem, root and bark should be boiled (Chaves and Barros, 2012;Arnous et al, 2005). Ribeiro et al (2014a) showed that there may be variations in the preparation mode depending on the plant part used and how the solution will be administered, whether in an oral or topical way.…”

“…However, there are some factors that interfere with the plant part of choice to be prepared for medicinal use. Authors report that the choice can be influenced by the ease of procurement and storage (Chaves and Barros, 2012), or the availability according to the season (Albuquerque and Andrade, 2002).…”

How are legal matters related to the access of traditional knowledge being considered in the scope of ethnobotany publications in Brazil?

“…Albertasse Almeida & Bandeira 2010;Althaus-Ottman et al 2010;Barroso & Hanazaki 2010;Carneiro et al 2010;Carniello et al 2010;Christo et al 2010;Costa & Mitja 2010;Giraldi & Hanazaki 2010;Merétika et al 2010;Oliveira et al 2010a;Oliveira et al 2010b;Oliveira et al 2010c;Roque et al 2010;Silva & Freire 2010;Zuchiwschi et al 2010;Brito & Senna-Valle 2011;Costa & Mayworm 2011;Cunha & Bortoloto 2011;Gandolfo & Hanazaki 2011;Lima et al 2011;Marinho et al 2011;Oliveira et al 2011;Mattos et al 2012;Miranda & Hanazaki et al 2011;Siviero et al 2011;Silva et al 2011;Aguiar & Barros 2012;Araújo & Amorozo 2012;Brito & Senna-Valle 2012;Castro et al 2012;Chaves & Barros 2012;Cunha-Lima et al 2012;Espinosa et al 2012;Freitas et al 2012;Gomes & Bandeira 2012;González-Perez et al 2012;Lima et al 2012;Lucena et al 2012;Nunes et al 2012;Oliveira & Menini-Neto 2012;Paulino et al 2012;Poderoso ...…”

Antinociceptive, anti-inflammatory and gastroprotective effects of a hydroalcoholic extract from the leaves of Eugenia punicifolia (Kunth) DC. in rodents

“…This medicinal species is one of the unexplored traditional medicinal plants of Brazil; however, this species was recorded by the French naturalist August de Saint-Hilaire in his travels to the Brazilian territories from 1816 to 1822 (Brandão et al, 2012). The leaves of this medicinal plant are popularly used in decoctions or aqueous infusions as a natural therapeutic agent to treat inflammation (Maia et al, 2001), fever and the flu (Chaves and Barros, 2012;Silva, 1998), diabetes (Maia et al, 2001;Leite et al, 2010) and in alcoholic infusions for the treatment of wounds and infectious diseases .…”