Práticas discursivas e o silenciamento do doente mental: sexualidade negada?

Abstract

O estudo teve por objetivo identificar as Representações Sociais dos profissionais enfermeiros sobre a sexualidade do doente mental. Trata-se de uma pesquisa de natureza exploratório-descritiva, com abordagem qualitativa. Utilizou-se o recurso técnico-metodológico denominado Técnica de Investigação em Situações Cotidianas (TSC), aplicado aos 17 enfermeiros que trabalhavam em serviços psiquiátricos de Ribeirão Preto/SP. Através das manifestações discursivas, verificou-se que o profissional enfermeiro nega a sexualidade do doente mental, como uma forma de silêncio, estabelecendo limites para a censura sobre essa questão. Nesta perspectiva, ocorre o silenciamento sobre a sexualidade do doente mental, estabelecendose uma política do sentido sobre o mesmo. Tal posicionamento revela a estratégia adotada sobre esse saber e poder, cumprindo as determinações do seu estatuto profissional que é ir ao encontro às expectativas institucionais e sociais.

Gender and sexuality of people with mental disorders in Brazil

“…However, when it comes to people with severe and persistent mental disorders, as well as people with some kindof disability (Giami & Veil, 2004), they are seen as asexual or as if they have an uncontrolled sexuality (Brito & Oliveira, 2009;Miranda, Furegato & Azevedo, 2008). The usual behavior of family, health professionals, and social acquaintances towards this population is essentially the repression of any manifestation of sexuality or complete denial of its existence, as if this would resolve this situation (Quinn, Happell & Brewe, 2011).…”

Social Representations in Nursing: The Sexuality of Patients With Mental Disorders

“…12 Ao considerarem que a sexualidade é percebida como parte do transtorno, tais profissionais adotam postura de afastamento e negação quanto à expressão da sexualidade do portador de transtorno mental. 17 …”