“…Põe em risco porque mostra que a universidade não se mantém com alunos, professores e sociedade expressando, juntos e nas ruas, o que pensam sobre ela. Se de um lado a interpretação de Thiollent (1998) justifica o porquê de o Maio de 68 pretender ser esquecido, por outro, existem materiais resgatando-o e valorizando-o como os escritos que recuperam as discussões de intelectuais no calor dos eventos de 1968 (SOARES;PETARNELLA, 2009), imagens, obtidas na época, revelando falas dos protagonistas e cenas dos acontecimentos em Paris (KLEIN, 2018), reportagens em canais abertos de televisão francesa com depoimentos e entrevistas com personagens que viveram o Maio de 68 na região de Paris (PLENEL; AZZOUZI, 2018a, b) e em outras regiões da França como em Hauts- de-France (DUPIRE, 2018). O resgate das percepções particulares e coletivas dos envolvidos encontram-se em língua portuguesa, focando depoimentos de quem presenciou o Maio de 68 em Paris (NU-SOL, 2008) ou estudou as mobilizações que aconteceram em várias partes do mundo, como o escrito de Carlos Fuentes, contemplando a França, Praga e o México (SANTANA, 2008), os textos da coletânea de artigos alusivos aos 50 anos do evento apresentados por Pradal;Resende (2018) com o foco nos impactos e percepções do Maio de 68 na Europa e na América Latina ou o escrito de Teixeira (2019), entre os textos da coletânea, que trata do contexto que precedeu o mês de maio de 1968 na Alemanha como também evidencia uma juventude articulada com os estudantes franceses e insatisfeitos com a universidade pouco democrática nas manifestações de Maio de 68.…”