AGRADECIMENTOSAgradeço às mulheres que entrevistei pela confiança de compartilharem suas histórias e pelas esperanças renovadas a partir de seus depoimentos.À Patrícia, professora preceptora da EACH/USP, por ter me recebido com tanto entusiasmo em seu território de ensino e aprendizagem .Ao Dr. Alberto Aguemi pelas parcerias e pela ajuda em abrir as portas da SMS/São Paulo para essa pesquisa.Às/Aos colegas do Grupo de Pesquisa GEMAS pelos bons momentos de convivência, discussões e aprendizados.Ao guruji B.K.S. Iyengar pela prática de yoga chegada até mim através dos professores Maurício e Carla.À amiga Janaína pela amizade e pela leitura preciosa e cheia de boas sugestões para meu manuscrito.À minha querida orientadora, Simone, pelo ensinamento da alegria como ato revolucionário e por ser essa pessoa tão querida e inspiradora.Aos meus pais e irmãos pelo aprendizado cotidiano de escuta, amor e aceitação.Ao meu amigo e companheiro de vida, Fábio, pela presença amorosa e por ter topado o desafio de vir perder-se e encontrar-se na singular São Paulo.
RESUMONa assistência ao parto no Brasil, predominam intervenções desnecessárias em detrimento de valores como o cuidado. Algumas políticas públicas têm sido desenvolvidas com o intuito de alterar tal cenário, porém, com lentos resultados. Há também algumas estratégias e ferramentas desenvolvidas e difundidas entre as próprias mulheres. Uma destas é a construção do plano de parto, que objetiva informar e promover uma maior participação durante o parto. Apesar de mais difundida entre camadas médias, tal ferramenta tem sido utilizada em alguns serviços de atenção primária do país como a UBS Thérsio Ventura/São Paulo, campo de estágio para o curso de Obstetrícia EACH/USP. Este estudo objetivou descrever e analisar o uso de plano de parto entre usuárias do SUS e médicos/gestores. De metodologia qualitativa, os dados empíricos foram produzidos a partir de entrevistas com mulheres que vivenciaram a experiência de plano de parto no SUS; entrevistas com médicos/gestores; observação de uma consulta de orientação para o plano e parto; observação de dois grupos de apoio à gestação e ao parto realizados na UBS, e análise documental de material educativo, e de documentos referentes às políticas de saúde materna municipal e nacional. O material foi submetido à análise de conteúdo, da qual emergiram as seguintes categorias: (a) Não é uma incapacidade sua, e sim do sistema; (b) De coitada a poderosa; (c) Intervenção que era 'ajuda'; (d) Resistência e negociação do encontro; (e) Plano de parto como mobilizador do "cuidado como valor"; (f) A segurança do bebê como chantagem; (g) Sobre comandantes, aviões e a necessidade de novas analogias; (h) Plano de parto como provocação: negligência e retaliação; (i) Limites para a 'decisão informada' no SUS. O plano de parto funciona como uma ferramenta educativa que provoca rupturas simbólicas na relação hierárquica das mulheres com os profissionais. Como não há uma cultura que promova a tomada conjunta de decisões e porque há uma clara contradição ...