Segurança alimentar e nutricional de crianças menores de dois anos de famílias de trabalhadores rurais Sem Terra

Abstract

De modo a conhecer melhor as condições de saúde, de nutrição e de segurança alimentar das crianças que residem em assentamentos e acampamentos rurais, o presente trabalho avaliou menores de dois anos de idade de famílias de trabalhadores rurais Sem Terra, localizados na região centro-oeste do estado do Paraná. Foi conduzido estudo descritivo de delineamento transversal, que considerou como unidade as famílias com crianças nessa faixa etária residentes em dois assentamentos rurais e dois acampamentos rurais, totalizando 337 crianças. A avaliação mostrou que a prevalência de desnutrição energético-protéica foi de 4,7% nos assentamentos e 10,0% nos acampamentos. As variáveis distais que mais influenciaram o estado nutricional da população pediátrica analisada foram: o local e o tipo de moradia, e a possibilidade de produção de alimentos para auto consumo. Assim, verificou-se que a busca pela Segurança Alimentar e Nutricional tem que passar pelo direito de acesso aos recursos e meios para produzir alimentos seguros e saudáveis que possibilitem uma alimentação condizente com os hábitos e práticas da região.

<b>Nutritional status of children under five years living in area of social vulnerability of Campina Grande, Paraíba State

“…These circumstances have been explained by the sharing of genetic, socioeconomic and environmental characteristics (Addo et al, 2013;Araújo et al, 2010;Felisbino-Mendes et al, 2014;Figueroa Pedraza et al, 2013;Sichieri et al, 2010;Symonds et al, 2013). Current analysis revealed a strong association between birth weight and the anthropometric nutritional status of children, with similar results in previous studies, such as studies based on municipal or state population data (Jesus, Castelão, Vieira, Gomes, & Vieira, 2014;Figueiroa et al, 2012;Rissin et al, 2011) and in populations marked by social inequity Lang et al, 2011;Silveira et al, 2010). This association, verified for several anthropometric indexes (Figueiroa et al, 2012;Figueroa Pedraza et al, 2013;Horta et al, 2013;Jesus et al, 2014;Lang et al, 2011;Rissin et al, 2011;Silveira et al, 2010), shows two perspectives: i) children with low birth weight, regardless of compensatory growth in the first three months of life, continue to have weigh rates below those of children with adequate birth weight, contributing to increased vulnerability to infectious processes and other negative postnatal factors, which are added to the prenatal growth programming (Motta, Silva, Araújo, Lira, & Lima, 2005); ii) low birth weight may result in adaptation mechanisms such as catch-up growth and hormonal disorders that might predispose the child to the development of overweight / obesity (Chrestani, Santos, Horta, Dumith, & Dode, 2013;Motta el al., 2005;Rossi & Vasconcelos, 2010).…”

“…Several studies on children from geographic contexts with predominant precarious living conditions also demonstrated greater prevalence of stunting when compared to rates in national surveys (PNDS and POF), as in São João do Tigre, in the semiarid region of the state of Paraiba (Oliveira et al, 2009) and Gameleira, in the Zona da Mata, state of Pernambuco (Oliveira et al, 2010), as well as among beneficiaries of the Family Allowance Program (Brasil, 2014), with rates for children under five years reaching 14.6, 16.5 and 12.2%, respectively. Similar results were also reported for children under two years in the rural settlements and camps in the Midwestern region in the state of Paraná (Lang, Almeida, & Taddei, 2011) and riverside communities in the state of Pará (Silva & Moura, 2010) as well as children under six years from the slum areas of Maceió, Alagoas (Silveira, Alves, Ferreira, Sawaya, & Florêncio, 2010) respectively with 8.0, 13.4 and 8.6%. It is relevant to note that data from under-two-year-old children may be directly compared to those of this study, since the population studied showed no anthropometric difference with regard to the child's age group.…”

“…The above indicated that there may be populations where acute malnutrition is significant from the point of view of public health. Contrastingly, global malnutrition remains at epidemiological relevance levels, according to results of studies in different contexts (Brasil, 2009;Horta et al, 2013;Lang et al, 2011;Oliveira et al, 2009;Oliveira et al, 2010;Silva & Moura, 2010;Taddei et al, 2008), and overweight becomes evident as the product of the nutritional transition process in children of different geographic and / or vulnerability situations (Brasil, 2014;Figueroa Pedraza et al, 2013;Oliveira et al, 2009;Oliveira et al, 2010;Ramalho et al, 2013;Taddei et al, 2008).…”

Insegurança alimentar relacionada à área de residência em município do Semiárido brasileiro

“…Desse modo, o acesso aos alimentos não depende exclusivamente da disponibilidade de renda per capita; diversas dimensões devem ser analisadas no mecanismo de proteção contra a IA em residência rural 22 , como a capacidade de troca de alimentos entre os indivíduos, além de outros tipos de recursos, como a produção familiar, as doações de alimentos, as redes sociais de apoio e os programas públicos 24 . Yuyama et al 25 também corroboram essa ideia, uma vez que apontaram que a prevalência de IA grave no estrato inferior de rendimento familiar na área urbana é mais expressiva do que na área rural, já que no campo o cenário é favorável à segurança alimentar pela produção para autoconsumo, devido à oportunidade do plantio, permitindo maior oferta e consumo de alimentos 26 . Portanto, pode-se conjecturar que na área rural a produção agrícola tende a atender à própria família.…”

Insegurança alimentar e nutricional em famílias do meio rural brasileiro: revisão sistemática

“…O termo Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), adotado no território brasileiro, é definido pela Lei nº 11.346/2006 como "a garantia de acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais e que respeitem a diversidade cultural, sendo ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis¹ e tendo como princípios básicos o direito humano à alimentação adequada e à soberania alimentar" [2][3][4] .…”