“…A análise de resultados empíricos nesse sentido necessita contar com um olhar crítico em sua interpretação por parte dos pesquisadores, problematizando-se uma possível essencialização da deficiência como fator que, em si mesmo, gera limitações no desenvolvimento de papéis sociais da vida adulta, como o cuidado de crianças ou o exercício responsável e prazeroso da sexualidade. Importa considerar as complexidades da própria atribuição do diagnóstico de deficiência intelectual (Gould, 1991;Tunes, Rangel, & Souza, 1992;Schiff, 1994;Tunes & Danezy Piantino, 2001;Dias, 2004;Assis, 2009), quanto à negação que os indivíduos assim rotulados encontram para a garantia de direitos fundamentais e para o acesso a experiências que promovam seu pleno desenvolvimento, inclusive no tocante à aprendizagem de convenções sociais quanto às relações interpessoais e exercício da sexualidade (Soares, Moreira, & Monteiro, 2008;Bastos & Deslandes, 2009;Maia & Ribeiro, 2010;Messa & Fiamenghi Jr., 2010). Um maior número de produções têm se dedicado a explorar em que medida pessoas com deficiência estariam mais vulneráveis a sofrer violência, seja na infância e adolescência, seja na idade adulta.…”