ResumoEste estudo objetiva caracterizar e analisar a resiliência familiar em famílias de crianças com síndrome de Down. Participaram cinco famílias compostas por pai, mãe e filhos, tendo um deles a síndrome. Os instrumentos utilizados foram o Questionário de Caracterização do Sistema Familiar, o qual foi respondido pela mãe; o Inventário de Estratégias de Coping, o qual ambos os genitores responderam separadamente; e entrevistas com genitores e filhos com desenvolvimento típico. As famílias foram visitadas em três momentos. Os resultados indicam que diante de eventos ruins, principalmente, dos problemas de saúde relacionados à síndrome de Down, as famílias apresentam capacidade de extrair sentido da adversidade, bem como de se organizar de forma cooperativa, com diálogo e estreitamento dos vín-culos. Em todas as famílias foram identificados indicativos de resiliência familiar. A estratégia de coping mais utilizada é a reavaliação positiva, enquanto a menos utilizada é fuga-esquiva. Palavras
ResumoEstudos sobre resiliência familiar têm aumentado nos últimos anos, mas ainda são escassos. O objetivo do presente trabalho é apresentar um panorama geral a respeito da produção científica na área de resiliência familiar, tanto no âmbito nacional quanto internacional, a partir da análise dos resumos publicados entre 1990 e 2011, focalizando: assuntos investigados, tamanho da amostra, instrumentos/técnicas empregados para a coleta de dados. Realizou-se um levantamento nas bases de dados PsycInfo, SpringerLink, Wiley Online Library e BVS-Psi, tendo sido identificadas 140 publicações, sendo 43% artigos de pesquisa, 29% artigos teóricos/revisão de literatura, 18% livros/capítulos de livros e 10% dissertações/teses. Os resultados apontam para a necessidade de ampliar os estudos sobre resiliência familiar, utilizando maior número de participantes e instrumentos/ técnicas combinados para a coleta de dados.Palavras-chave: Resiliência familiar; família; pesquisa científica. AbstractStudies on family resilience have increased in recent years, but they are still scarce. The main goal of this study is to present an overview of national and international scientific production in the area of family resilience by analyzing abstracts published between 1990 and 2011 according to the following criteria: research topics, sample size, instruments/techniques used for data collection. The databases PsycInfo, SpringerLink, Wiley Online Library and BVS-Psi were searched, and 140 publications were found, being 43% research articles, 29% theoretical papers/literature review, 18% books/book chapters and 10% theses/dissertations. The results suggest the need to expand the studies on family resilience, and to use a greater number of participants and of instruments/techniques combined for data collection.
Estudos acerca da resiliência psicológica têm sido frequentes na produção científica brasileira. Em geral, as discussões a respeito deste construto salientam os processos de adaptação positiva como respostas no enfrentamento de adversidades significativas. Assim, o presente estudo busca apresentar um panorama acerca da produção científica sobre a resiliência psicológica no âmbito nacional, a partir da análise de artigos indexados nas bases de dados Lilacs e SciELO no período de 1970 a 2014. Foram encontrados 89 artigos, sendo 47 trabalhos empíricos e 42 pesquisas teóricas, a maioria com foco na resiliência individual (n= 75; 84,3%). Além disso, observou-se que os estudos adotam, frequentemente, métodos qualitativos, especificamente, delineamentos transversais e descritivos com poucos participantes, bem como utilizam, geralmente, apenas um instrumento na coleta de dados: a entrevista. No que tange aos assuntos investigados, a maioria dos trabalhos é referente à ‘resiliência e adversidades' (n=38; 42,7%). Verifica-se que a resiliência carece de uma definição consensual e uma tradição empírica consolidada, enfatizando a importância de trabalhos como este para os pesquisadores da área.
O presente estudo tem os seguintes objetivos: (a) descrever a dinâmica e funcionamento de famílias com adolescentes com Síndrome de Down, bem como as reações e sentimentos dos genitores frente ao diagnóstico; (b) verificar a adequação dos recursos disponíveis às famílias, e (c) identificar a rede social de apoio percebida pelos genitores. Participaram do estudo quatro famílias compostas por pai, mãe e uma filha com síndrome de Down (SD), com idade entre 14 e 20 anos. Os resultados indicam que as mães são as principais responsáveis pelas tarefas da casa e cuidados com a filha com SD. Os escores alcançados na Escala de Apoio da Família e na Escala de Recursos da Família evidenciaram que essas famílias não têm apoios e recursos em níveis satisfatórios, ao mesmo tempo indicando a necessidade da implementação de programas de intervenção dirigidos ao grupo nessa fase do curso de vida.
Resumo: As relações fraternais em famílias com filhos com e sem síndrome de Down (SD) têm sido pouco investigadas no Brasil. Este estudo descreve o funcionamento familiar e compara a relação entre irmãos em dois tipos de famílias, identificando similaridades e diferenças nos relatos dos genitores. Participaram do estudo oito famílias compostas por mãe, pai e dois filhos, sendo que em quatro delas havia somente membros com desenvolvimento típico (DT) e nas demais havia um membro com SD, totalizando oito díades de irmãos, de ambos os sexos com idades entre cinco a 15 anos. Utilizou-se o Questionário de Caracterização do Sistema Familiar, que foi respondido pelas mães, e entrevistas semiestruturadas, cujos genitores responderam. Os resultados indicam similaridades na rotina diária das famílias, sendo as mães as principais responsáveis pelas tarefas domésticas e cuidados com os filhos, em ambos os tipos de famílias. As relações fraternais foram descritas, pelos pais e mães, como Mistas e Amistosas em ambos os tipos de famílias, caracterizando, portanto, como sendo positivas. O filho com DT foi indicado como líder na maioria das famílias com um membro com SD, enquanto nas famílias com as díades com DT, a maioria dos genitores indicou o filho mais velho. Os dados convergem com os da literatura acerca do fato de que a relação entre a díade de irmãos SD-DT tende a ser positiva, com características de amistosidade mais do que conflitos. Os dados encontrados sugerem coerência com os da literatura atual. Palavras-chave:Relação Fraternal, Síndrome de Down, Irmãos. Sibling Relationship and Down Syndrome: A Comparative StudyAbstract: The sibling relationships in families with children with and without Down syndrome (DS) have been poorly investigated in Brazil. This study describes family functioning and compares the relationship between siblings in two types of families, identifying similarities and differences in the reports of the parents. Eight families (n = 8) consisting of mother, father and two children participated on the study. In four of them, there were only typically developing (TD) members and in the others there was a member with DS, with a total amount of eight dyads of siblings of both sexes, ranging from five to 15 years old. The Family System Characteristics Questionnaire was answered by the mothers and semi-structured interviews were responded by the parents. The results indicated similarities in the daily routine of the families, in which mothers are primarily responsible for household chores and child care in both types of families. Sibling relations were described by fathers and mothers as Mixed and Friendly in both types of families, therefore, characterizing them as positive. The child with TD was indicated as a leader in most families with a member with DS, and in families with TD dyads, most parents indicated their eldest son. Data converge with those in the literature about the fact that the relationship between the dyad of DS-TD siblings tends to be positive with characteristics of friendship rather...
A família que experiencia processos de resiliência conquista recursos vitais para lidar de forma mais eficiente com os desafios futuros, sugerindo a estabilidade do grupo. Este estudo investigou a trajetória desse construto a partir da análise de níveis de estresse, depressão, suporte familiar e fatores protetores em quatro famílias compostas por mãe, pai e filhos, tendo um deles a síndrome de Down (SD). A idade média das mães foi de 40,7 anos, a dos pais de 38,5 anos, do filho com SD de 15,7 meses e do filho com desenvolvimento típico (DT), quando existente, de 10,2 anos. Foram realizadas visitas nas residências em três momentos ao longo de um ano. Em cada uma delas, ambos os genitores responderam ao Inventário de Sintomas de Estresse para Adultos de Lipp, ao Inventário de Depressão de Beck, ao Inventário de Percepção de Suporte Familiar (IPSF) e a uma entrevista semiestruturada. O filho com DT respondeu à Escala de Estresse Infantil, ao IPSF e à entrevista. Todos os familiares responderam juntos ao Inventário dos Fatores Protetores da Família (IFPF). Os resultados indicam que os processos de resiliência familiar mantiveram-se estáveis ao longo do tempo. Distintas associações foram encontradas entre os construtos, a depender do momento de testagem dos membros familiares. De forma geral, níveis mais altos de estresse e depressão parecem interferir negativamente nos processos de resiliência familiar. Por outro lado, a maior percepção de suporte familiar e maior presença de fatores protetores parecem estar relacionadas à presença de indicativos desse fenômeno psicológico.
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