2006
DOI: 10.1590/s1413-294x2006000200005
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O cuidado de pessoas com transtornos mentais no cotidiano de seus familiares: investigando o papel da internação psiquiátrica

Abstract: ResumoAs atribuições da família no cuidado de seus membros portadores de transtornos mentais têm passado por profundas transformações nos últimos anos. A presente pesquisa investigou as modificações no cotidiano de familiares de pessoas que passaram por internação psiquiátrica e os significados implicados neste processo. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com cinco familiares, cujo conteúdo foi submetido à análise temática e interpretado em perspectiva sócio-histórica. Dentre outras questões, obser… Show more

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“…Nesse sentido, é imprescindível que a família possa contar com subsídios (econômicos, culturais, pedagógicos e instrumentais) para administrar o cotidiano de cuidados com o familiar portador de sofrimento mental (Vecchia, Martins, 2006). Desse modo, na medida em que se reconhece o papel fundamental do núcleo familiar na reabilitação psicossocial do usuário, bem como sua função de provedor do cuidado no contexto da desinstitucionalização, depreende-se a necessidade de que o apoio à família constitua uma das diretrizes das intervenções elaboradas no Projeto Terapêutico Individual -PTI (Ribeiro, Martins, Oliveira, 2009;Fidelis, 2003).…”
Section: Percebendo a Falta De Apoio Familiarunclassified
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“…Nesse sentido, é imprescindível que a família possa contar com subsídios (econômicos, culturais, pedagógicos e instrumentais) para administrar o cotidiano de cuidados com o familiar portador de sofrimento mental (Vecchia, Martins, 2006). Desse modo, na medida em que se reconhece o papel fundamental do núcleo familiar na reabilitação psicossocial do usuário, bem como sua função de provedor do cuidado no contexto da desinstitucionalização, depreende-se a necessidade de que o apoio à família constitua uma das diretrizes das intervenções elaboradas no Projeto Terapêutico Individual -PTI (Ribeiro, Martins, Oliveira, 2009;Fidelis, 2003).…”
Section: Percebendo a Falta De Apoio Familiarunclassified
“…O cuidado cotidiano que recai sobre a família, em geral, é identificado como sobrecarga (Vecchia, Martins, 2006). Vários estudos pontuam algumas das dificuldades comumente relatadas ou observadas nas famílias de portadores de sofrimento mental, como a sobrecarga pessoal, econômica e social (Oliveira, Mendonça, 2011;Silva, Santos, 2009a, 2009bBorba, Schwartz, Kantorski, 2008;Pegoraro, Caldana, 2008;Vechia, Martins, 2006;Salles, 2005;Randemark, Jorge, Queroz, 2004;Vianna, Barros, 2004;Furegato, Santos, Silva, 2002).…”
Section: Tendo Dificuldade De Pedir O Apoio Do Familiarunclassified
“…Deste modo, no processo da Reforma Psiquiátrica, a família da pessoa com transtorno mental adquire papel central, mais como parceira e apoio para a reabilitação do que como principal responsável pelo sofrimento psíquico, como era considerada em outros momentos históricos (Amarante, 1996;Dalla Vecchia & Martins, 2006;Moreno, 2000;Rosa, 2003). Rosa (2003), ao falar sobre a relação da família com a PTM, a partir das discussões e reflexões suscitadas pelo Movimento Nacional da Luta Antimanicomial e a Reforma Psiquiátrica, afirma que nos anos 1990 surge "uma pluralidade de representações sobre suas relações com a PTM a partir do quadro de intervenção ou do papel que se lhe atribui na realidade social que aponta para a família em pelo menos cinco direções" (p. 80), a saber: (1) como um "recurso" como outro qualquer; como um "lugar" de convivência da PTM, desde que os laços relacionais possam ser mantidos ou reconstruídos; (2) como "sofredora", pois a convivência com uma PTM a influencia e, desse modo, precisa ser "tratada", assistida, recebendo suporte social e assistencial; (3) como um "sujeito" da ação: sujeito coletivo que se organiza em associações específicas; sujeito avaliador dos serviços; (4) construtor da cidadania da PTM e (5) como "provedora de cuidado", já que, em geral, é a família o principal agente mediador entre a PTM e a sociedade, na medida em que os serviços de saúde tendem a atuar sobre os momentos de crise, não prestando cuidados contínuos e cotidianos.…”
Section: A Família Diante Da Transformação Do Modelo Assistencial Psiunclassified
“…Estes dados evidenciam a urgência de atuação no grupo familiar para que o processo de desospitalização ocorra e que o cuidado do PTM não fique delegado quase exclusivamente à família, mas que a mesma possa receber subsídios (econômicos, culturais, pedagógicos, instrumentais) para lidar no cotidiano com o familiar com transtorno mental (Dalla Vecchia & Martins, 2006;Rosa, 2003).…”
Section: Considerações Finaisunclassified
“…A partir da década de 90, a perspectiva de incluir familiares como componentes ativos da terapêutica é destacada por Vecchia: 4 Para o Ministério da Saúde 6 esses equipamentos têm por uma de suas metas o incentivo às famílias participarem do contexto do tratamento, envolvendo-as em atividades internas e externas que objetivam a integração social em ações comunitárias e projetos de trabalho. Costa Rosa et al 7 afirmam que um dos aspectos fundamentais para implementação do novo modelo de atenção à saúde mental se efetive é a concepção da forma das relações da instituição e seus profissionais com a clientela (crianças e adolescentes) e com a população em geral, principalmente seus pais ou outros familiares que são nesses casos porta-voz das queixas, trajetórias e tentativas de superação das dificuldades relacionadas ao processo saú-de e doença da população infanto-juvenil.…”
Section: Introductionunclassified