Incorporação de rocha sedimentar em pó em massas para telhas cerâmicas - Parte 2: avaliação microestrutural

Abstract

Este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito da incorporação de 50% em peso de argilito na microestrutura de uma cerâmica argilosa queimada a 950 e 1050 °C. As amostras foram inicialmente selecionadas e lixadas a 1000 e 1200 mesh. A microestrutura das cerâmicas queimadas foi avaliada por microscopia eletrônica de varredura, microscopia óptica e difração de raios X. Os resultados mostraram que o argilito alterou a microestrutura da cerâmica, que acarretou um melhor desempenho técnico.

Resíduo de quartzito - matéria-prima alternativa para uso em massas de cerâmica estrutural

“…5 ilustra os difratogramas de raios X dos corpos cerâmicos das massas A, B, C e D após queima nas temperaturas de 800, 900 e 1000 °C. As fases cristalinas observadas após queima foram: a 800 °C, mica (JCPDS 83-1808), quartzo (JCPDS 46-1045) e feldspato (JCPDS 84-0710); para 900 °C, além da mica, quartzo e feldspato, houve formação de hematita (JCPDS 89-8104); e a 1000 °C pode-se observar o desaparecimento dos picos da mica.As fases mica e quartzo são consideradas residuais, ou seja, provenientes da matéria-prima no seu estado natural; a hematita é proveniente da desidratação de hidróxidos de ferro presentes nas massas e surge nas temperaturas acima de 800 °C [16]. Observou-se também a 800 °C que a fase caulinita desapareceu devido à sua desidroxilação, entre 500 e 600 °C [7,39].…”

“…Estudos têm comprovado que a incorporação de alguns resíduos permite a obtenção de peças com propriedades de acordo com o estabelecido pelas normas [10][11][12][13][14][15][16][17][18][19][20]. Dentro deste contexto, os fatores acima mencionados, associados à preocupação com extração exagerada de componentes não renováveis, instigaram o desenvolvimento dessa pesquisa, buscando incorporar resíduo de quartzito em uma massa utilizada na indústria da cerâmica vermelha.…”

Use of basaltic waste as red ceramic raw material

“…According to ANICER [1], more than 100 million tons have been processed, increasing the consumption of natural resources and fuel, and causing serious environmental impacts. As a consequence, in order to reduce non-renewable raw material consumption, many industrial wastes have been tested as raw material for ceramic mass formulations such as steel slag powders [2], galvanic solid waste [3], ceramic slurry waste [4], granite [5][6][7][8][9][10] and marble [11][12][13] waste powders, and sedimentary rock powders [14,15]. Results published in [2] show that in red ceramic formulations containing 2% to 10 wt% of steel slag waste as raw material, there was a decrease in flexural strength and water absorption when compared to the mixture without waste.…”

“…Flexural strength increased according to waste contents for all studied temperatures (850, 900 and 950 ºC). Results published in [14,15] mention that mixtures of red ceramic roof tiles containing residues of sedimentary rocks, in amounts of 30% to 50 wt%, present a decrease in water demand for extrusion processing according to residue content. For samples fired at 800 and 850 ºC, mixtures containing sedimentary residue presented similar values of flexural strength when compared to the reference mixture.…”

Caracterização e aproveitamento dos resíduos de argila e argilito provenientes da extração de gipsita no município de Araripina-Brasil como matérias-primas para cerâmica vermelha

“…Microestrutura mais compacta e densa apresentando menos poros foi obtida em uma massa de cerâmica argilosa contendo 50% de argilito sinterizada a 950 e 1050 ºC. O argilito proporcionou um aumento da hematita nas fases de queima [9]. Na literatura, estudos foram realizados utilizando as argilas que recobrem as jazidas de gipsita do Polo Gesseiro na região de Araripina-PE para a produção de produtos de cerâmica vermelha.…”