Fasciíte necrosante: revisão com enfoque nos aspectos dermatológicos

Abstract

Fasciíte necrosante é infecção bacteriana destrutiva e rapidamente progressiva do tecido subcutâneo e fáscia superficial, associada a altos índices de morbimortalidade, se não tiver tratamento precoce. Recentemente, inúmeros casos publicados têm demonstrado aumento na freqüência e gravidade dessa infecção, particularmente causada pelo Streptococcus do grupo A (GAS) e que acomete até mesmo pessoas jovens e saudáveis. Classifica-se em tipo I, quando causada por flora mista de anaeróbios e outras bactérias, e tipo II, quando causada pelo GAS isolado ou associado ao Staphylococcus aureus. Os fatores predisponentes incluem: doenças crônicas e malignas, abuso de álcool, uso de drogas endovenosas, lesões da pele como varicela, úlceras crônicas, psoríase, cirurgia, traumas abertos e fechados, entre outros. Clinicamente destacam-se: a dor intensa, o edema grave, a rápida progressão e a resposta pobre à antibioticoterapia. É necessário um alto índice de suspeição para o diagnóstico clínico, que é confirmado à intervenção cirúrgica, com a evidência de necrose da fáscia superficial. Os exames radiológicos são úteis, e o diagnóstico diferencial deve ser feito principalmente com celulite em seu estágio inicial. O tratamento, que deve ser precoce, é feito com antibióticos de amplo espectro, debridamento cirúrgico agressivo e medidas de suporte clínico e nutricional.

Necrotizing fasciitis in children with special reference to anaerobes

“…Various superficial components of Streptococcus pyogenes are involved in their ability to adhere and invade, such as M-protein and capsular protein. Streptococcal O and other bacterial products, such as pyrogenic exotoxins, are involved in tissue damage and necrosis [22]. Though group A hemolytic streptococci and Staphylococcus, alone or in synergism, are frequently the initiating infecting bacteria, other aerobic and anaerobic pathogens may also be present.…”

“…Poorly perfused or necrotic tissue provides a nidus for bacterial proliferation, allowing continued toxin production and further tissue destruc- tion [8]. B. fragilis does not directly cause these infections, but it does play a part in reducing interferon production and the phagocytic capacity of macrophages and leukocytes [22].…”

“…Anesthesia of the skin covering over the lesion may occur due to the destruction of the underlying subcutaneous tissue and thrombosis of the nutrient vessels, causing necrosis of the nervous fibers [17]. In untreated patients, secondary involvement of the muscular layer, resulting in myositis or myonecrosis can happen [22] and ultimately, the patient can succumb to the infection. Treatment can alter the course of the disease (Fig.…”

Infecção em cicatriz de cesariana: revisão da literatura e relato de caso

“…É considerada profunda quando envolve tecidos profundos à incisão (fáscia ou músculo) 6-8 e a infecção de órgão ou cavidade envolve qualquer órgão ou cavidade que tenha sido aberto ou manipulado durante a cirurgia. [6][7][8] A fasciíte necrosante (FN) é uma infecção bacteriana destrutiva e rapidamente progressiva do tecido subcutâneo e fáscia superficial associada a altos índices de morbimortalidade, podendo apresentar-se como uma infecção mais superficial de partes moles, como celulite ou erisipela, com comprometimento da fáscia superficial e tecido subcutâneo, com elevado potencial para complicações graves. Por isso, a suspeição clínica é imprescindível para o tratamento adequado e redução das complicações.…”

Fasciite necrosante por Streptococcus agalactiae em paciente diabética - relato de caso

“…1,2 É uma patologia dos tecidos moles, infrequente e de evolução rápida que pode afetar diversas partes do corpo, como genitália, parede torácica, membros, cabeça e pescoço, estando associada a altos índices de morbidade e mortalidade. [3][4][5] A FN pode ser classificada em dois tipos: o tipo I, também conhecido por celulite necrosante, ocasionado por flora mista de anaeróbios e outras bactérias, entre elas os estreptococos beta hemolíticos não pertencentes ao grupo A, como Streptococcus agalactiae (também conhecido por Estreptococo do Grupo B); e o tipo II ou gangrena estreptocócica causada por Streptococcus pyogenes (também conhecido por Estreptococo do Grupo A) isolado ou associado ao Staphylococcus aureus. O tipo II ocorre após ferimentos penetrantes, procedimentos cirúrgicos, queimaduras e traumas.…”