2010
DOI: 10.1590/s0104-93132010000200001
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Narrativas da violência: a dimensão micropolítica das emoções

Abstract: IntroduçãoEste artigo discute a relação entre moral, alteridade e violência, tendo como objeto de análise os sentimentos presentes em relatos de experiências de vitimização em uma modalidade específica da violência urbana: os assaltos a residências. Insere-se na área de investigação da antropologia das emoções, tomando como vertente teórica o "contextualismo" (Lutz & Abu-Lughod 1990), com sua ênfase na dimensão micropolítica das emoções.O universo analisado são as camadas médias do Rio de Janeiro. A metodolog… Show more

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“…De acordo com a referida autora, na dimensão coletiva, as emoções configuram-se como práticas políticas ao se constituírem em meio a um jogo de relações afetivas que objetivam as experiências sociais dos sujeitos, portanto, sendo construções socioculturais subjetivas e materiais. Coelho (2010), também pesquisando na área da Antropologia com base nos pressupostos de Lutz e Abu-Lughod (1990), realizou uma pesquisa sobre violência nos centros urbanos, debatendo como as práticas emocionais estão articuladas com diferentes formas de clivagens e de reprodução da estrutura social em nosso cotidiano de vida. Com base nos relatos de sujeitos que passaram por experiências de violência urbana, Coelho (2010) destaca que as descrições sobre os assaltos foram remetidas à noção da violência como "pobreza" e "desordem", caracterizando a criminalidade à privação material e aos negros.…”
Section: Emoções Como Práticas Políticasunclassified
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“…De acordo com a referida autora, na dimensão coletiva, as emoções configuram-se como práticas políticas ao se constituírem em meio a um jogo de relações afetivas que objetivam as experiências sociais dos sujeitos, portanto, sendo construções socioculturais subjetivas e materiais. Coelho (2010), também pesquisando na área da Antropologia com base nos pressupostos de Lutz e Abu-Lughod (1990), realizou uma pesquisa sobre violência nos centros urbanos, debatendo como as práticas emocionais estão articuladas com diferentes formas de clivagens e de reprodução da estrutura social em nosso cotidiano de vida. Com base nos relatos de sujeitos que passaram por experiências de violência urbana, Coelho (2010) destaca que as descrições sobre os assaltos foram remetidas à noção da violência como "pobreza" e "desordem", caracterizando a criminalidade à privação material e aos negros.…”
Section: Emoções Como Práticas Políticasunclassified
“…Com base nos relatos de sujeitos que passaram por experiências de violência urbana, Coelho (2010) destaca que as descrições sobre os assaltos foram remetidas à noção da violência como "pobreza" e "desordem", caracterizando a criminalidade à privação material e aos negros. Ou seja, nas situações de violência estudadas por Coelho (2010), questões de classe e de raça da estrutura social brasileira são reproduzidas por meio de práticas discursivas emocionais. A referida autora ainda destaca que as emoções, no contexto da violência urbana, foram associadas à responsabilização emocional dos sujeitos por suas ações, eximindo os condicionamentos da dinâmica macrossocial na constituição destes problemas sociais.…”
Section: Emoções Como Práticas Políticasunclassified
“…Logo, todas as atividades produzidas para e sobre o outro podem ser consideradas formas de "entradas" para o estudo das emoções. Essas práticas, na acepção de Coelho (2010), tratam de duas questões: (1) discursos sobre emoções (científicos ou cotidianos); e (2) discursos emocionais (algum conteúdo ou efeito afetivo).…”
Section: Abordagem Contextualista De Estudos Das Emoçõesunclassified
“…Os discursos emotivos ou os discursos sobre as emoções também produzem a sociedade, pois são formas de mobilização subjetiva dos indivíduos (REZENDE, 2011). As emoções não mantêm apenas uma relação de referência com as suas externalidades (COELHO, 2010), elas também podem produzir relações sociais, e atuam como mecanismo de expressão, reforço ou transformações dessas multiplicidades relacionais, em que as análises de sua dinâmica possibilitam desvelar os mecanismos instáveis que formam um saber sobre a sociedade. (ESSERS, 2009) Considera-se as emoções como produções socioculturais, em que seus efeitos, materiais e simbólicos, descortinam relações de poder, mecanismos de resistências, performances e práticas de contextos sociais, situados sócio-historicamente.…”
Section: Uma Abordagem Micropolítica De Estudos Sobre Emoçõesunclassified