Gravidez, parto e puerpério na pandemia: os múltiplos sentidos do risco

Abstract

Resumo No Brasil, diferentemente de outros países afetados pela pandemia de Covid-19, mulheres grávidas e puérperas foram logo de início incluídas nos grupos de risco para a nova doença. Esse fato teve grande repercussão no movimento de humanização do parto no país. Neste artigo, analisamos os argumentos favoráveis a essa inclusão no debate on-line entre ativistas pelo parto humanizado, assim como as possíveis mudanças impulsionadas pelas noções de risco que essa pandemia traz para a cena do parto. A partir de uma leitura antropológica sobre a construção do risco na gravidez e no nascimento, argumentamos que três sentidos de risco são evocados: a vulnerabilidade dos corpos de mulheres grávidas e puérperas; a noção de contágio; e o problema da mortalidade materna. Buscamos também tecer reflexões sobre os paradoxos e tensões que a caracterização como “grupo de risco” pode representar para a assistência humanizada e para a vida reprodutiva das mulheres brasileiras.

Companion in childbirth and postpartum during the COVID-19 pandemic: experience of postpartum women

“…Por tal motivo, essa temática ganhou destaque durante a pandemia de COVID-19 e tem sido motivo de dissenso. Se, por um lado, a restrição ao acompanhante é necessária para reduzir a disseminação do vírus, por outro, essa regra não se aplica à limitação de profissionais que cuidam e prestam assistência à mulher, sendo mantidos o número de pessoal (Silva, et al, 2021).…”

Relevant studies focused on health sciences

“…Before the beginning of the pandemic, when the problem was still confined to mainland China, some publications said there was no "reliable evidence" that the virus could be transmitted (CHEN et al , 2020). An example of this "scientific instability" refers to the possibility of vertical transmission, that is, from the woman to the fetus/baby during pregnancy or at delivery (SILVA, RUSSO and NUCCI and, 2021).…”

Aspectos psicossociais e de saúde mental durante a gravidez na pandemia da COVID-19

“…Para Silva et al (2021), as diretrizes e notas técnicas divulgadas por integrantes do MH recomendam que durante a gravidez as mulheres tomem as mesmas precauções que outras pessoas para evitar a infecção (lavar as mãos, evitar tocar a face, manter distanciamento social e praticar higiene respiratória), além de continuar comparecendo às consultas pré-natais.…”

“…Segundo Silva et al, (2021), as incertezas e desafios da gestação é somada ao medo e a insegurança que a nova realidade pandêmica trouxe a toda população. Ainda no início da descoberta da COVID-19, foram direcionados questionamentos quanto segurança das gestantes em relação ao risco de contagio, reforçando ainda mais as condutas de distanciamento social, uso de máscaras e álcool em gel 70% como medidas para diminuir disseminação do vírus.…”