2018
DOI: 10.1590/s0104-71832018000300006
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Fazer religião em público: encenações religiosas e influência pública

Abstract: Resumo Levando em conta a expansão do ativismo de diversas agências religiosas nas mais variadas arenas públicas nacionais, este artigo visa trabalhar o problema da reconfiguração recente do secularismo brasileiro. A partir da análise de três casos concretos – cerimônia de inauguração do Tempo de Salomão, repercussão midiática de uma pastora transgênera e controvérsias no Supremo Tribunal Federal envolvendo agentes religiosos –, procuraremos demonstrar como as diversas dinâmicas de produção de visibilidade obs… Show more

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“…Então, se considerarmos que os adeptos das religiões afro-brasileiras em razão do forte impacto provocado por ações de intolerância religiosa se sentem mais vulneráveis aos "olhares" presentes no espaço público e por isso optam por se manifestar de forma mais acentuada na internet, esse espaço virtual pode se configurar para além de um palco de aparecimento, um lugar de ação política (Butler 2018). Segundo Montero (2018), quando a experiência do sagrado é expressa publicamente (inclusive na virtualização), seja por meio discursivos ou performáticos, há uma "força de persuasão para o ativismo político" que faz emergir no cenário público brasileiro controvérsias sobre o que se compreende por religioso. Quando o espaço midiático passa a ser um contínuo entre privado e o público, problemas do âmbito religioso que poderiam permanecer resguardados no segredo dos terreiros acabam se tornando visíveis por meio da internet, rompendo com as fronteiras do público/privado e redesenhando o caráter público do mundo moderno.…”
Section: Conclusãounclassified
“…Então, se considerarmos que os adeptos das religiões afro-brasileiras em razão do forte impacto provocado por ações de intolerância religiosa se sentem mais vulneráveis aos "olhares" presentes no espaço público e por isso optam por se manifestar de forma mais acentuada na internet, esse espaço virtual pode se configurar para além de um palco de aparecimento, um lugar de ação política (Butler 2018). Segundo Montero (2018), quando a experiência do sagrado é expressa publicamente (inclusive na virtualização), seja por meio discursivos ou performáticos, há uma "força de persuasão para o ativismo político" que faz emergir no cenário público brasileiro controvérsias sobre o que se compreende por religioso. Quando o espaço midiático passa a ser um contínuo entre privado e o público, problemas do âmbito religioso que poderiam permanecer resguardados no segredo dos terreiros acabam se tornando visíveis por meio da internet, rompendo com as fronteiras do público/privado e redesenhando o caráter público do mundo moderno.…”
Section: Conclusãounclassified
“…Em Campo Mourão, o projeto político das Igrejas de ocupar o espaço público e utilizar o capital religioso como meio para conquistar o eleitorado e difundir referências para alcançar as almejadas legitimidade e capilaridade, continua sendo a principal forma de pôr em prática suas "estratégias de visibilidades" (Monteiro, Silva, Sales, 2018). Como apontado no primeiro ato, os atores mobilizaram os elementos sacros em campanha com disparidade, tanto em relação à quantidade de materiais produzidos que contenham relações entre religião e política, quanto na notoriedade e intensidade do capital religioso, o que nos permite caracterizá-los como políticos cristãos e cristãos políticos (Guadalupe, 2020;Carvalho Junior, Oro, 2017).…”
Section: Considerações Finaisunclassified
“…Buscamos identificar os acionamentos dos signos sacros e analisar como se dá a construção de uma identidade ligada ao capital religioso, como estratégia para conquistar o eleitorado e inserir a presença religiosa na cena pública. Com isso, objetivamos perceber as "estratégias de visibilidades" mobilizadas por esses candidatos para alcançar legitimidade e capilaridade, considerando o potencial democrático das eleições municipais, capazes de permitir a participação de uma pluralidade de agentes no jogo eleitoral, assim como propiciar projeção e possível ascensão, em mandatos nos legislativos e executivos municipal, estadual e federal (Monteiro, Silva, Sales, 2018;Freston, 2017;Souza, 2010).…”
unclassified
“…É difícil, nesses casos, não estabelecermos aproximações ao que já destacou Victor Kemplerer, sobre a Alemanha tomada pelo pensamento nazista 18 : "A linguagem dos Evangelhos, terrivelmente prostituída e colocada a serviço [...]" (Klemplerer, 2009: 398). Montero (2018Montero ( , 2020 também argumenta sobre uma "reconfiguração do repertório cívico". Por certo, no âmago dessa guerra cultural está a ênfase na educação das crianças e jovens (contra o "mal": "comunismo", "ideologia de gênero", "erotização das crianças", "doutrinação de esquerda", etc., como comentado).…”
unclassified