Culturas morais e políticas de desenvolvimento na noruega e na união europeia

Abstract

Resumo: A partir de um diálogo entre os casos da Noruega e da União Europeia, pretendemos analisar a combinação de diferentes fatores e escalas de processos sociais (individuais, institucionais e de unidades políticas nacionais e supranacionais), estruturantes na formação dos sentidos sociais do desenvolvimento, notadamente das relações entre princípios morais e trocas interessadas, constitutivas das "culturas morais" dos universos analisados. Na perspectiva dos indivíduos

Burocracia e desenvolvimento: uma análise crítica da produção acadêmica recente

“…O tópico burocracia e desenvolvimento, aqui evidenciado, apresenta suas raízes no passado das sociedades seculares, não se caracterizando como um fenômeno contemporâneo. Barroso;Nicaise (2014) atribuem que as ideias que sustentam as instituições burocráticas, as políticas e as trajetórias sociais das pessoas ligadas ao mundo do desenvolvimento possuem uma história que obriga a considerar genealogias mais antigas que a do pós-Segunda Guerra. Sobretudo, ao fim da guerra ocorreram mudanças concretas nas sociedades coloniais, transformando-as em círculos progressistas, unindo as esferas público-privada em um ambiente propício ao desenvolvimento.…”

Procurando gênero, não encontrando o campo: percursos de uma pesquisa em antropologia

“…Seria um local interessante para discutir como eu, enquanto pesquisador, havia me deparado com as questões que seriam expostas no campo 6. Muitos outros pesquisadores e pesquisadoras haviam feito pesquisa com o que pode ser chamado de segmentos dominantes ou de elites burocráticas como BARROSO 2008BARROSO , 2014VALENTE 2005;SIMIÃO, 2007;RILLES 2001RILLES , 2006; CEZARINO 2012CEZARINO , 2014 Não haveria como marcar minha corporalidade a não ser em relação a de meus interlocutores. Eu não sabia se isso era aceitável.…”

“…Mas quem garante que as comparações 37 comumente feitas na antropologia fazendo uso de dados de campo, produzidos, muitas vezes, a partir do que é o pessoal da vida dos pesquisados, não é tão violento quanto? Isso também poderia ser pensado como "violência simbólica primária", como argumenta Maria Barroso 37 (2017), contra nossos colegas antropólogos.…”