“…De todo modo, as medidas que evidenciam a posição social dos indivíduos e das famílias nas sociedades se tornaram muito relevantes nas pesquisas sociais e, especialmente, nas avaliações educacionais (Alves & Soares, 2009), sobretudo a partir da década de 1960, diante do grande número de estudos que apontaram evidências de que o fator socioeconômico explica grande parte do desempenho educacional (Bowles & Gintis, 1976;Coleman, 1966;Hanushek, 1979Hanushek, , 1986Jencks et al, 1972;Lee, 2000;Madaus, Airasian, & Kellaghan, 1980;Mosteller & Moynihan, 1972;Plowden & Britain, 1967;Rutter, Maughan, Mortimore, & Ouston, 1979;Soares, 2004;Soares & Andrade, 2006;White, 1982;Willms, 1992). Apesar de a associação entre estes fatores ser uma realidade em diversos países do mundo, inclusive nos desenvolvidos (Reardon & Robinson, 2008), no Brasil, a despeito dos avanços no sentido de ampliar o acesso à educação desde 1970 (Oliveira, 2007), persistem os traços sociais da trajetória histórica do sistema educacional brasileiro altamente seletivo e excludente, marcado pela intensa desigualdade entre a minoria rica e a maioria pobre e pelos inúmeros problemas sociais que retroalimentam o ciclo de exclusão educacional dos mais desfavorecidos (Cury, 2008).…”