2009
DOI: 10.1590/s0104-59702009000200010
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Isolamento compulsório de portadores de hanseníase: memória de idosos

Abstract: De 1924 a 1962 o Brasil utilizou a internação compulsória de pacientes de hanseníase como controle da doença na comunidade. Com o final dessa política, muitos pacientes continuaram a viver nessas unidades. O Asilo Pirapitingui, hoje Hospital Dr. Francisco Ribeiro Arantes, é a única retaguarda asilar para internação de portadores de hanseníase por indicação social. Obtivemos o relato da história de vida de oito de seus remanescentes, que foram gravados e transcritos. A análise temática desses relatos permitiu a… Show more

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“…From these attitudes, studies reveal that one of the greatest difficulties encountered by hospitals-colonies consisted of hiring human resources to provide care to interns and coordinate the service of the institution because of the fear and dread that people had of becoming contaminated and socializing with scary, untouchable individuals. As a result, several inters became caregivers, thus compounding the nursing staff of those institutions [16][17].…”
Section: Discussionmentioning
confidence: 99%
“…From these attitudes, studies reveal that one of the greatest difficulties encountered by hospitals-colonies consisted of hiring human resources to provide care to interns and coordinate the service of the institution because of the fear and dread that people had of becoming contaminated and socializing with scary, untouchable individuals. As a result, several inters became caregivers, thus compounding the nursing staff of those institutions [16][17].…”
Section: Discussionmentioning
confidence: 99%
“…É necessária a visão não só do aspecto biológico, mas a percepção de que há aspectos subjetivos refletindo um imaginário em torno da doença no qual se formam e se reelaboram os discursos sobre a mesma, discursos que estão ligados a um contexto cultural e sócio-histórico (CASTRO;WATANABE, 2009 O estigma que acompanha essa doença parece inesquecível e marcante, mesmo após a mudança de nomenclatura. Acreditava-se que o estigma estaria associado ao nome, sendo o termo "lepra" substituído por "hanseníase" em 1995.…”
Section: O Discurso Sadio-doenteunclassified
“…Até meados do século passado, as práticas de isolamento eram corriqueiras e definiam, oficialmente, a exclusão dos acometidos pela moléstia, apesar da descoberta de drogas efetivas para o tratamento dos pacientes (CASTRO;WATANABE, 2009;SANTOS, 2003). Nessa ocasião, o Ministério da Saúde do Brasil promovia a política do isolamento em "hospitais-colônia" ou "leprosários", que abrigavam hansenianos e seus familiares.…”
Section: Introductionunclassified
“…Durante o Governo Vargas (1930-1945, a profilaxia da "lepra" se baseava no tripé leprosários/preventórios/dispensários. Aos leprosários cabia o isolamento compulsório de todos os casos, os preventórios dedicavam-se ao cuidado, à educação e à observação dos filhos de doentes e os dispensários realizavam o diagnóstico da doença e o encaminhamento para o isolamento dos doentes (Castro & Watanabe, 2009). Os leprosários eram vinculados ao governo federal, os dispensários estavam a cargo dos serviços sanitários estaduais e os preventórios eram administrados pelas Sociedades de Assistência aos Lázaros e Defesa Contra a Lepra (Santos, 2006).…”
Section: Introductionunclassified
“…Na década de 1940, surgem as sulfonas, medicamento que possibilitava o tratamento ambulatorial dos doentes (Opromolla & Laurenti, 2011). Apesar dos avanços científicos, a internação compulsória continuava a ser utilizada como estratégia terapêutica (Castro & Watanabe, 2009). Em 1949, foi criada a lei que definia as medidas de profilaxia da lepra que compreendia o isolamento compulsório de todos os acometidos, a vigilância e o controle de todos os suspeitos, a notificação compulsória de todos os casos e o afastamento dos menores das fontes de contágio (os pais) (Savassi, 2010).…”
Section: Introductionunclassified