Programa de apoio matricial em cardiologia: qualificação e diálogo com profissionais da atenção primária

Abstract

ResumoO apoio matricial é uma estratégia potente e inovadora para enfrentar o desafio de reorganizar e qualificar o processo assistencial das doenças crô-nicas não transmissíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Este artigo relata a implantação do Programa de Apoio Matricial em Cardiologia na rede básica de saúde de um município na Região Sul do Brasil e seus resultados iniciais. Trata-se de um estudo de pesquisa-ação no qual os pesquisadores em campo foram um cardiologista e uma enfermeira que participaram ativamente do delineamento do Programa de Apoio Matricial em Cardiologia. O material empírico foi constituído por anotações de campo, registros da Central de Regulação e depoimentos dos principais agentes envolvidos na implantação e realização do apoio matricial, obtidos em entrevistas semiestruturadas e reuniões. O programa foi implantado em 2010, em todas as 56 unidades básicas de saúde com os objetivos de expandir a educação permanente para os profissionais da rede e capacitar as equipes de saúde para a resolução de problemas cardiológicos que demandem menor densidade tecnológica. Os resultados evidenciam maior resolubilidade dos médicos da atenção primária, com consequente redução e qualificação dos encaminhamentos para os cardiologistas, acesso mais rápido aos cardiologistas e aos exames, além de importante redução da fila dessa especialidade. Propõe-se a continuidade desse programa, sua reprodução em outros locais e incorporação de outros profissionais que atuam nas equipes multidisciplinares da atenção primária.

Integration strategies for caring for chronic noncommunicable diseases: a case study

“…In this regard, considering also the need for mechanisms that favor coordination (7) , the insertion of nurses in this context of coping with CNCDs may be favorable. The coordination skills of care, inherent to their work process (3,(23)(24)(25)(26) can be a strategy for comprehensive care, with the potential to minimize barriers between care levels (11) .…”

Rede de atenção à saúde no cuidado do paciente hipertenso, município de São Paulo, Brasil

“…15 A promoção de ações articuladas entre diversos atores envolvidos pode provocar mudanças significativas no território de saúde, na medida que considera a realização de encontros clínicos, apoio matricial, construção de protocolos integrados; ampliação das estratégias de comunicação, telemedicina, entre outras, gerando um esforço coletivo em prol da produção da integralidade e de melhores resultados assistenciais. [17][18][19] A adoção de novas formas de contato entre a APS e a AE requer investimentos em tecnologias. Assim, incrementos financeiros, além de decisões políticas poderão ser necessários.…”

Apoio matricial na gestão do trabalho da atenção primária à saúde: uma revisão integrativa

“…Ainda no referido estudo, os entrevistados notaram que a função do AM é maior que a simples discussão de casos e redução das filas para especialista, uma vez que gerou a qualificação de encaminhamentos e dos profissionais para o enfrentamento de problemas estruturais. 19 O aumento da resolutividade na atenção básica também foi percebido como função do AM; a corresponsabilidade pelo cuidado prestado à população também foi destacada no leque de ações do matriciamento. 20 Nesse sentido, as diferentes formas de AM trouxeram, em maior ou menor intensidade, alternativas para melhoria da gestão do cuidado nas equipes de saúde da família, seja relacionado à qualificação do trabalho desenvolvido, aquisição de conhecimentos com consequente identificação e estratificação de casos com maior segurança, redução de filas para especialidades, articulação em rede, discussão de casos e consultas compartilhadas.…”

“…6 Estudo que trata sobre o AM, em cardiologia, destacou que é mister o envolvimento da equipe na implantação e definição de formas de ação e estratégias, de modo a possibilitar maior compreensão e aceitação dos profissionais envolvidos no cuidado. 19 Contudo, alguns estudos evidenciaram fatores considerados como dificultadores para o processo de matriciamento na APS. Dentre os fatores relacionados aos profissionais de saúde, destacam-se a falta de conhecimento e/ou diferentes entendimentos sobre o AM, desinteresse profissional, resistência profissional na adoção da metodologia, pouca utilização e/ou compreensão do potencial do apoio.…”