A projeção de uma revista acadêmica no cenário científico nacional e internacional está geralmente relacionada a fatores como: a área científica em que está inserida; as temáticas que aborda; a consistência de seus propósitos; a composição de uma equipe executiva qualificada, comprometida e disposta a enfrentar as tensões e as lutas simbólicas dentro e fora de seu campo científico.1 Estes elementos reunidos tendem a repercutir em outros aspectos importantes para o êxito editorial: obtenção de financiamentos internos ou externos à instituição onde está sediada; manutenção da periodicidade; admissão e manutenção em indexadores de prestígio; divulgação impressa e digital; e por fim, reconhecimento científico e crescimento qualitativo que resultam na efetivação exitosa da política editorial proposta.Considera-se que a Revista Estudos Feministas/REF alcançou este patamar, mesmo veiculando uma temática que, apesar de seu avanço atual na academia brasileira, ainda é objeto de preconceitos em algumas áreas científicas. De fato, após 20 anos de existência, a REF teve um crescimento qualitativo e quantitativo notável e contribuiu para a consolidação acadêmica do campo de estudos de gênero e feministas, no qual é considerada uma de suas principais referências. Foi a primeira revista acadêmica neste campo no Brasil, logo seguida pelos Cadernos Pagu/UNICAMP e mais tarde por outras correlatas. Cabe lembrar que o surgimento da REF deu-se em um momento no qual a produção científico- Chama a atenção, no eixo CMSP, a baixa incidência de artigos em Violências, 8% das publicações, já que a violência de gênero é tema histórico e importante no Movimento Feminista. Isto poderia sugerir reduzido índice de pesquisas e/ou produções acadêmico-científicas sobre a questão; ou que elas estariam sendo divulgadas em outros veículos, como livros e coletâneas; ou ainda nos canais de divulgação dos movimentos sociais. Há também que considerar o fato de a violência de gênero aparecer, em alguns artigos, relacionada de forma secundária a outros problemas, como os da saúde. Por outro lado, o micro eixo de Direitos Civis perfaz 6%, com artigos relacionados: aos direitos de propriedade das mulheres em relação às heranças; às leis do casamento e divórcio. As demandas mais específicas de direitos estão subsumidas em outros artigos cruzados com a entrada principal de temas como: família; saúde; educação.Entretanto, a questão do Meio Ambiente, com 5% dos artigos no eixo CMSP, tem um significado especial.