This article makes a sociological reflection on the most striking changes in the patterns and experiences of contemporary motherhood, based on existing studies and research, trying to place the debate surrounding this process. It assumes that choosing motherhood is a modern phenomenon consolidated in the course of the twentieth century as a result of the progress of industrialization and urbanization. With increased access to formal education and professional training, women will tend to take up positions in public space, while remaining responsible for raising their children, which turns motherhood into a reflexive choice, enabled by modern contraception (and conception). This choice, however, is marked by the relations of class, race and ethnic background, and gender. The article concludes that we are currently experiencing a transition period toward a new model of family and motherhood, whose basis it the ideal of equally balanced parental responsibility that, despite some progress, is still far from having been attained. KEY WORDS: motherhood, gender, family.Este artigo faz uma reflexão sociológica das mudanças mais marcantes nos padrões e experiências da maternidade contemporânea, com base em estudos e pesquisas existentes, buscando situar o debate que tem sido construído em torno desse processo. Pressupõe que a escolha da maternidade é um fenômeno moderno consolidado no decorrer do séc. XX com o avanço da industrialização e da urbanização. Com mais acesso à educação formal e à formação profissional, as mulheres vão ocupar o espaço público, mantendo a responsabilidade da criação do(a)s filho(a)s, o que fez a maternidade se tornar uma escolha reflexiva, possibilitada pela contracepção (e concepção) moderna. Entretanto, essa escolha é marcada pelas relações de classe, de raça/etnia e de gênero. Conclui que estamos vivendo um período de transição para um novo modelo de família e maternidade, cujo substrato é o ideal de eqüidade na responsabilidade parental que, apesar dos avanços, ainda está longe de ser alcançado. PALAVRAS-CHAVE: maternidade, gênero, família. fevereiro, 2001* A primeira versão deste texto foi apresentada no GT Família e Sociedade na XIX Reunião Anual da ANPOCS, Caxambu, MG, 1995.
Qual a reflexão que o movimento feminista contemporâneo desenvolveu sobre a experiência da maternidade? Quais os impactos desta reflexão nas análises das ciências sociais? Para responder estas questões é necessário, primeiramente, lembrar o contexto social no qual amadureceram as idéias e o debate feminista sobre maternidade, do final dos anos 1960 aos meados da década de 1980. Estas idéias se configuraram paralelamente às grandes mudanças ocorridas nas sociedades ocidentais pós-segunda guerra mundial: aceleração da industrialização e da urbanização; inserção crescente das mulheres no mercado de trabalho; controle da fecundidade com o advento da contracepção medicalizada (sobretudo a pílula contraceptiva).Nos anos mais recentes há que se considerar o incremento acelerado das Tecnologias Reprodutivas (TR), as quais contribuíram para mudar o perfil da prática social da maternidade.
Este artigo faz uma breve reflexão das implicações políticas e científicas dos estudos de gênero " não só com o objetivo de resgatar o seu lugar legítimo na construção de uma sociologia de gênero e/ou feminista, como de re-lembrar a sua não-neutralidade mostrando como eles emergiram de um diálogo do movimento social com as teorias. Discute-se parte desse diálogo e pontuam-se as inovações conceituais que eles propiciaram às Ciências Sociais.
Corrente do feminismo centrada nas lutas pelos direitos específicos das mulheres -saúde reprodutiva, sexualidade, educação, trabalho, violência e política -com base no princípio dos direitos individuais do liberalismo democrático. Esta corrente associa os direitos humanos aos direitos sociais, ao considerar as profundas desigualdades sociais que distanciam o País das conquistas feministas já alcançadas nos centros hegemônicos de poder e, portanto, identifica-se com correntes políticas de esquerda. É a corrente política predominante do feminismo hoje no Brasil e em outros países da América Latina; diferencia-se das correntes feministas que privilegiam a luta pela transformação do sistema patriarcal e/ou falocrático, ou ainda daquelas que priorizam a luta contra heteronormatividade. Este ensaio tem como objetivo discutir as políticas feministas relacionadas ao aborto -cuja liberação tem sido um dos grandes desafios da história do feminismo brasileiro contemporâneo -e suas táticas para abordar o problema.É necessário considerar que a corrente majoritária do movimento feminista no País, que é a dos direitos, situa-se na linhagem do feminismo internacional do início dos anos 1970, com uma posição favorável à liberação do aborto.1 Tal posição se confronta, antes de tudo, com a permanência da proibição legal inscrita no Código Penal brasileiro de 1940, no qual o aborto é considerado crime, salvo em risco de vida da mulher e em gravidez decorrente de estupro. É crime raramente punido, tanto para as mulheres que o realizam como para as parteiras, ou para os médicos que o executam, mesmo com a ocorrência de morte da gestante.2 Entretanto, não podemos desconsiderar a força simbólica dessa interdição penal sobre o imaginário social e subjetivo de quem o pratica, já que há notificações policiais, processos penais, enfim, todo um aparato criminal disponível em torno do aborto, mesmo que ele não resulte em condenação.
A projeção de uma revista acadêmica no cenário científico nacional e internacional está geralmente relacionada a fatores como: a área científica em que está inserida; as temáticas que aborda; a consistência de seus propósitos; a composição de uma equipe executiva qualificada, comprometida e disposta a enfrentar as tensões e as lutas simbólicas dentro e fora de seu campo científico.1 Estes elementos reunidos tendem a repercutir em outros aspectos importantes para o êxito editorial: obtenção de financiamentos internos ou externos à instituição onde está sediada; manutenção da periodicidade; admissão e manutenção em indexadores de prestígio; divulgação impressa e digital; e por fim, reconhecimento científico e crescimento qualitativo que resultam na efetivação exitosa da política editorial proposta.Considera-se que a Revista Estudos Feministas/REF alcançou este patamar, mesmo veiculando uma temática que, apesar de seu avanço atual na academia brasileira, ainda é objeto de preconceitos em algumas áreas científicas. De fato, após 20 anos de existência, a REF teve um crescimento qualitativo e quantitativo notável e contribuiu para a consolidação acadêmica do campo de estudos de gênero e feministas, no qual é considerada uma de suas principais referências. Foi a primeira revista acadêmica neste campo no Brasil, logo seguida pelos Cadernos Pagu/UNICAMP e mais tarde por outras correlatas. Cabe lembrar que o surgimento da REF deu-se em um momento no qual a produção científico- Chama a atenção, no eixo CMSP, a baixa incidência de artigos em Violências, 8% das publicações, já que a violência de gênero é tema histórico e importante no Movimento Feminista. Isto poderia sugerir reduzido índice de pesquisas e/ou produções acadêmico-científicas sobre a questão; ou que elas estariam sendo divulgadas em outros veículos, como livros e coletâneas; ou ainda nos canais de divulgação dos movimentos sociais. Há também que considerar o fato de a violência de gênero aparecer, em alguns artigos, relacionada de forma secundária a outros problemas, como os da saúde. Por outro lado, o micro eixo de Direitos Civis perfaz 6%, com artigos relacionados: aos direitos de propriedade das mulheres em relação às heranças; às leis do casamento e divórcio. As demandas mais específicas de direitos estão subsumidas em outros artigos cruzados com a entrada principal de temas como: família; saúde; educação.Entretanto, a questão do Meio Ambiente, com 5% dos artigos no eixo CMSP, tem um significado especial.
Este trabalho pretende analisar o tema violência em três Revistas Acadêmicas de Gênero e Feministas, presentes em diferentes regiões do Brasil.
A abordagem de gênero derivada tanto da teoria e práxis feminista como da filosofia e sociologia da ação -que tratam as categorias sociais sob uma perspectiva relacional -tem a acuidade de mostrar que homens e mulheres não se opõem binariamente por suas diferenças biológicas, mas se constroem em suas relações sociais. De fato, o feminismo contemporâneo sempre enfatizou tal perspectiva, como nos lembra oportunamente Joan Scott (1992): "não se pode conceber mulheres, exceto se elas forem definidas em relação aos homens, nem homens, exceto quando eles forem diferenciados das mulheres".Esse foi o caminho escolhido por Romeu Gomes, professor titular de antropologia do Instituto Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz, em seu livro Sexualidade masculina, gênero e saúde. A questão central dessa obra é a sexualidade masculina e sua construção social, com ênfase nos resultados de instigantes pesquisas realizadas pelo autor sobre a questão da saúde sexual dos homens. O livro oferece, também, importante seleção de dados secundários sobre saúde, morbidade e mortalidade de homens e mulheres, que proporciona um panorama socioantropológico sobre as peculiaridades da saúde masculina em relação às da saúde feminina. Desenvolve, igualmente, importante debate teórico, com revisão de ampla bibliografia acerca da problemática estudada.O eixo desse livro poderia ser entendido, em uma primeira abordagem, como um complemento aos estudos e às políticas públicas da saúde reprodutiva e sexual das mulheres. Todavia, seria mais exato considerá-lo um suplemento deles, já que o autor propõe uma análise de gênero, na qual mulheres e homens não são estudados pela lógica 'dos opostos' ou de complementaridade (Collin, 2009
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