2004
DOI: 10.1590/s0104-026x2004000300024
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A contribuição da Revista Estudos Feministas para o debate sobre gênero e feminismo

Abstract: Este artigo objetiva refletir sobre a contribuição da Revista Estudos Feministas para o debate feminista, a partir de uma síntese dos textos publicados entre 1999 e 2000, ou seja, nos dois primeiros anos em que a Revista passou a ser sediada na Universidade Federal de Santa Catarina. Esta síntese tenta identificar os temas contemplados pela Revista, verificando os enfoques, as áreas disciplinares e os procedimentos metodológicos que têm sido utilizados nos artigos. Conclui-se que o conjunto das contribuições, … Show more

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“…Sendo as principiais autoras: Gayle Rubin (com seu estudo no início dos anos 90 -sobre a estruturação do gênero em termos de psicanálise, trabalho e estrutura fazendo crítica ao trio imortal, Freud, Marx e Lévi-Strauss); Teresa de Lauretis (1998) chama a atenção para as tecnologias de gênero, percebendo que construções geram naturalizações; Judith Butler (2013), nesses primeiros estudos discutindo queer, paródia, performance, para a autora a biologia não é o destino, seguindo pelo debate das representações de gênero critica o singular e o plural de mulher/mulheres, ou seja, o essencialismo, por não abranger a conjuntura do gênero (queer/LGBTQIA+), fundamentando o transfeminismo; Joan Scott (1989) criticando a manutenção da biologização nas compreensões do gênero -marca o campo reconceituando-o, visto no texto "Gênero: uma categoria útil para análise histórica", para quem gênero deveria ser uma primeira maneira de dar significado às relações de poder, cujo termo aponta para as construções sociais da mulher e do homem. Além disso, é uma categoria analítica; Linda Nicholson (2000) tenta resolver o problema: abandonar a biologia e a construção, por ambos os caminhos comprovarem ser um labirinto -chegando no mesmo lugar. Entre outras/os, conheci as influências de Michel Foucault neste campo.…”
Section: Em Uma Perspectiva Queer No Ocidenteunclassified
“…Sendo as principiais autoras: Gayle Rubin (com seu estudo no início dos anos 90 -sobre a estruturação do gênero em termos de psicanálise, trabalho e estrutura fazendo crítica ao trio imortal, Freud, Marx e Lévi-Strauss); Teresa de Lauretis (1998) chama a atenção para as tecnologias de gênero, percebendo que construções geram naturalizações; Judith Butler (2013), nesses primeiros estudos discutindo queer, paródia, performance, para a autora a biologia não é o destino, seguindo pelo debate das representações de gênero critica o singular e o plural de mulher/mulheres, ou seja, o essencialismo, por não abranger a conjuntura do gênero (queer/LGBTQIA+), fundamentando o transfeminismo; Joan Scott (1989) criticando a manutenção da biologização nas compreensões do gênero -marca o campo reconceituando-o, visto no texto "Gênero: uma categoria útil para análise histórica", para quem gênero deveria ser uma primeira maneira de dar significado às relações de poder, cujo termo aponta para as construções sociais da mulher e do homem. Além disso, é uma categoria analítica; Linda Nicholson (2000) tenta resolver o problema: abandonar a biologia e a construção, por ambos os caminhos comprovarem ser um labirinto -chegando no mesmo lugar. Entre outras/os, conheci as influências de Michel Foucault neste campo.…”
Section: Em Uma Perspectiva Queer No Ocidenteunclassified
“…Gênero passa a ser utilizado para indicar o saber em relação às diferenças sexuais, que não é "puro" ou separado do contexto discursivo das relações sociais e por isso, as representações históricas ajudam a produzir o gênero no presente e descortinam a disputa política na qual as relações de subordinação e dominação se constituem nas práticas cotidianas e nas ideias que ordenam o modo de entender o mundo, que para Scott (1995) são: os símbolos culturais com representações múltiplas dos gêneros; as afirmações normativas que interpretam o sentido de cada gênero, como uma oposição binária e que rejeitam outras posições alternativas; a análise da dimensão política de forma histórica, tanto nas organizações sociais como nas instituições, que descubra sob a aparente fixidez na representação binária dos gêneros; e a identidade subjetiva no aspecto do gênero assim como as representações simbólicas do masculino e feminino. Nicholson (2000), assim como Scott (1995), afirma que gênero é uma construção social das diferenças sexuais percebidas, considerando os contextos discursivos na produção do conhecimento sobre o corpo. Sua análise sobre o termo "gênero" parte da constatação de que em alguns discursos feministas, sexo permanece ligado à ideia daquilo que está fora da cultura e da história.…”
Section: Simone De Beauvoirunclassified
“…Para Nicholson (2000), a identidade sexual é um produto de crenças específico de sociedades modernas ocidentais. E conhecer o contexto histórico no qual ela está enraizada pode enfraquecer a tendência da visão normatizante das diferenças de gênero.…”
Section: Simone De Beauvoirunclassified
“…Linda Nicholson denominou esta abordagem de "fundacionalista biológica" estabelecendo limites com a "determinista biológica". A abordagem fundacionalista reconhecia que certas constantes da natureza eram responsáveis por certas expressões sociais, e diferia da segunda ao dizer que as constantes sociais poderiam ser transformadas (NICHOLSON, 2000).…”
Section: Introductionunclassified
“…A anatomia e fisiologia corporal passam a ter um apreço social como fonte de conhecimento e verdades sobre as pessoas. Basta lembrar que foi no contexto do século XVIII que a noção de raça ganhou visibilidade (NICHOLSON, 2000).…”
Section: Introductionunclassified