'Mulher sem-vergonha' e 'traidor responsável': problematizando representações de gênero em anúncios televisivos oficiais de prevenção ao HIV/AIDS

Meyer, Dagmar Elisabeth Estermann; Santos, Luís Henrique Sacchi dos; Oliveira, Dora Lúcia Leidens Corrêa de; Wilhelms, Daniela Montano

doi:10.1590/s0104-026x2004000200004

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“…Desde essa perspectiva, operar com o conceito de gênero supõe então: a) assumir que diferenças e desigualdades entre mulheres e homens são social, cultural e discursivamente construídas e não biologicamente determinadas; b) deslocar o foco de atenção da 'mulher dominada, em si' para a relação de poder em que tais diferenças e desigualdades são produzidas, vividas e legitimadas; c) explorar o caráter relacional do conceito e considerar que as análises e intervenções empreendidas neste campo de estudos devem considerar ou, pelo menos, tomar como referência, as relações -de poder -e as muitas formas sociais e culturais que, de forma interdependente e interrelacionada, educam homens e mulheres como "sujeitos de gênero"; d (12) . Desdobrando e ampliando um pouco mais essas afirmações, elas implicam considerar, por exemplo, que ao longo da vida e através das mais diversas instituições e práticas sociais, nos constituímos como homens e mulheres, num processo que não é linear, progressivo ou harmônico e que também nunca está finalizado ou completo.…”

Section: Desdobramentos Epistemológicos E Políticos Dessa Abordagem Dunclassified

Teorias e políticas de gênero: fragmentos históricos e desafios atuais

Meyer

2004

Rev. Bras. Enferm.

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Abordo, aqui, teorizações e políticas contemporâneas de gênero focalizando tensões que permeiam essas teorizações. Retomo, brevemente, aspectos históricos que permitem compreender a introdução do conceito de gênero no campo dos Estudos Feministas e discuto desdobramentos teóricos e políticos decorrentes de sua utilização. Apresento alguns resultados de investigações que problematizam posições de sujeito mulher e, especialmente, de sujeito mãe, em discursos que atravessam políticas e programas atuais de educação e saúde. Finalizo sugerindo que estudos que articulam gênero, saúde e educação, nessa perspectiva, contribuem para compreender e delimitar redes de poder que se colocam em movimento com determinados conhecimentos, ênfases educativas, instrumentos de diagnóstico e modos de assistir e educar mulheres, homens e crianças, nesses campos, na atualidade.

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Section: Desdobramentos Epistemológicos E Políticos Dessa Abordagem Dunclassified

Teorias e políticas de gênero: fragmentos históricos e desafios atuais

Meyer

2004

Rev. Bras. Enferm.

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“…Portanto, esperar-se-ia uma tendência maior de busca de satisfação sexual entre os homens, traduzindo-se em maior número de parceiros/as, frequência de atividade sexual mais elevada, além de práticas sexuais mais diversificadas (Mota, 1998). Em termos preventivos, poder-se-ia encontrar entre as mulheres maior ênfase na busca de parceiro único, mais adequado ao modelo feminino, que supõe mais fidelidade, assim como aceitação de que é desnecessário o preservativo por diminuir o prazer masculino e outros temas associados (Meyer, Santos, & Oliveira, 2004;Nascimento, Barbosa, & Medrado, 2005;Oltramari & Otto, 2006).…”

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Representações e comunicações sobre prevenção ao HIV/aids em meio popular

Filho

Beldarrain-Durandegui²

2012

Inter. Psicol.

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O objetivo deste trabalho foi verificar correspondências entre identidade sexual, prática sexual e preventiva, incluindo modo de persuasão usado para convencer o(a) parceiro(a) sexual sobre o uso de preservativo. Aplicamos questionários em escolas públicas de Brasília a respeito desses assuntos. Analisamos as respostas à luz da abordagem das representações sociais. Participaram da pesquisa 291 jovens. Mulheres casadas ao descreverem-se em termos de identidade sexual tenderam a ressaltar mais normas sociais, enquanto as solteiras mencionaram mais práticas sexuais. A ameaça para o uso do preservativo foi mais usada entre solteiros, mas as mulheres solteiras também usaram a sedução. Enfim, mulheres solteiras empregaram mais imposição que as casadas, mas os homens solteiros utilizaram o dobro desta forma (14,64%).Palavras-chave: representações sociais; prevenção ao HIV/aids; identidade sexual.

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“…A submissão das mulheres aos homens no que diz respeito ao exercício da sexualidade e a sua responsabilização pelas questões reprodutivas como a contracepção e a concepção dificultam o diálogo com seus parceiros e aumentam a vulnerabilidade das mulheres (BARBOSA et al, 1995;VILLELA, 1999;MEYER at al., 2004;SANTOS et al, 2009;DINIZ, 2001).…”

Section: O Hiv E a Epidemia Entre As Mulheresunclassified

Transmissão vertical do HIV no Estado de São Paulo, Brasil: a perspectiva das mulheres

Souza¹

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O caminho para a construção de um projeto e a trajetória para a realização de um trabalho acadêmico, embora repletos de silêncios, reflexões e algum recolhimento, jamais poderiam ser concretizados individualmente. É nas parcerias e na construção coletiva, que ganha corpo e sentido. À Profa. Dra. Carmen Simone Grilo Diniz, que com seu entusiasmo diante do conhecimento e com sua seriedade em desempenhar suas funções aceitou o desafio e o risco dessa orientação. Muito obrigada pelo estímulo, pela parceria e por sua insuperável generosidade em compartilhar saberes. Minha gratidão pela amizade, pela paciência, pela presença nos momentos mais áridos e pela disponibilidade em orientar, que foram determinantes para a conclusão desse trabalho. À Profa. Dra. Luiza Matida, minha amiga do peito, pela disponibilidade em participar dessa minha empreitada e por compartilhar seus conhecimentos, suas experiências e seu tempo para que esse trabalho fosse realizado. À Profa. Dra. Ana Cristina D'Andretta Tanaka pela colaboração durante toda a jornada , por me incentivar e pela disponibilidade em compartilhar o conhecimento. A Dra. Maria Clara Gianna e ao Dr. Artur Kalichman pelo apoio e pela anuência para a realização desse estudo no CRT. Às colegas queridíssimas do GEMAS, pelas provocações, discussões frutíferas e descobertas. À Profa. Dra. Maria Aparecida Barone, pelo exemplo e pela dedicação que fizeram com que eu me tornasse médica "de verdade". À Dra. Daniela Vinhas Bertolini, meus sinceros agradecimentos, sem a sua colaboração e ajuda prática, esse trabalho seria inviável. À Sonia Venâncio, à Claudia Medeiros e à Tânia Lago, amigas queridas e colegas de trabalho generosas, agradeço pelo incentivo, pela torcida e pela oportunidade de aprender sempre com vocês. Ao colega de trabalho e amigo Luiz Eduardo, por compartilhar outras visões de mundo e aceitar as discussões de temas caros, mesmo quando não concordamos. Às amigas imprescindíveis Bel, Adriana, Marcia e Monica, agradeço pela convivência e pelas pequenas e grandes ajudas cotidianas. Sabine, Dedé, Patrícia e Zuleide, obrigada por fazerem parte, apesar da distância.

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'Mulher sem-vergonha' e 'traidor responsável': problematizando representações de gênero em anúncios televisivos oficiais de prevenção ao HIV/AIDS

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