O artigo analisa, com base numa pesquisa realizada no ano de 2003, o entendimento de agentes comunitárias de saúde do Programa Saúde da Família de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, sobre a noção de "negociação de sexo seguro" veiculada nas campanhas de prevenção à AIDS que são endereçados às mulheres. A pesquisa tinha como foco de análise alguns dos anúncios televisivos que integraram as campanhas implementadas pelo Ministério da Saúde no Brasil, no período de 1994 a 2000. A análise foi informada pelas vertentes dos estudos feministas e culturais que se aproximam da perspectiva pós-estruturalista de Michel Foucault e tinha como objetivo produzir subsídios para uma leitura crítica desse tipo de estratégia educativa para a prevenção da AIDS, em especial no que se refere às relações de gênero ali representadas. A análise das informações sugere que os conhecimentos e práticas que circunscrevem o discurso da negociação do sexo seguro incorporam, re-produzem ou veiculam representações hegemônicas de masculinidade e feminilidade e que estas diferenciam e hierarquizam mulheres em relação aos homens e/ou diferenciam mulheres de outras mulheres, produzindo e/ou reforçando preconceitos e desigualdades.
Resumo: A partir de uma revisão sobre as articulações entre os Estudos Culturais e as teorizações das áreas da Comunicação Social, Antropologia, Ciências Sociais, Teoria Literária e Educação no Brasil, coloca-se em destaque a produtividade acadêmica de conceitos, perspectivas e modos de pesquisa. O estudo envolveu: (a) ampla varredura nos principais periódicos internacionais de Estudos Culturais; (b) pesquisa no Google Acadêmico e em outras plataformas específicas; (c) investigação de filiações institucionais, grupos de pesquisa, currículos Lattes e, eventualmente, entrevistas disponibilizadas online. Finaliza-se este texto apresentando apontamentos político-acadêmicos relativos aos estudos realizados no Brasil em sua articulação com os Estudos Culturais latino-americanos.
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