Produção de forragem de gramíneas anuais semeadas no verão

Abstract

No Rio Grande do Sul, a base forrageira para bovinos de corte e de leite é constituída, basicamente, por pastagens de gramíneas perenes de verão, com bom valor nutritivo (VN) durante a primavera e parte do verão, quando manejadas adequadamente. Entretanto, a forragem no outono e inverno tem baixa concentração de nutrientes, o que ainda é agravado pelas geadas. Um experimento com dois anos de avaliação com parcelas divididas no delineamento em blocos casualizados, com três repetições, comparou rendimento, distribuição de forragem e valor nutritivo em três épocas de semeadura (janeiro, fevereiro e março), alocadas nas parcelas principais, e cinco genótipos (milheto comum, capim-sudão ou aveia de verão, teosinto e os híbridos de sorgo BRS 800 e AG 2501C) nas subparcelas. As duas primeiras épocas de semeadura resultaram em maior rendimento de forragem (mais de 6,0Mg ha-1 de MS) que a semeadura de março, com elevado valor nutritivo (>15% PB). Os sorgos forrageiros foram mais produtivos que capim-sudão e teosinto. Milheto, capim-sudão e teosinto têm maior afilhamento que os sorgos forrageiros híbridos. Milheto tem maior teor de PB (20%) e menor de FDA (35%) nas lâminas foliares quando comparado aos sorgos e teosinto. É possível minimizar a crise forrageira conhecida como vazio forrageiro outonal com a semeadura em múltiplas datas de forrageiras anuais de verão, até o final de fevereiro na região do Planalto Médio do RS e estender o período de pastejo em até 60 dias, em período em que as pastagens perenes de verão têm baixa oferta de forragem ou baixo valor nutritivo e as forrageiras anuais de inverno não estão estabelecidas.

Comportamento ingestivo de bovinos jovens mantidos em pasto de sorgo ou milheto

“…No Rio Grande do Sul, em geral, os novilhos são produzidos em pastagens nativas, entretanto o campo nativo sozinho não proporciona aos animais ganhos de pesos signi cativos, limitando o desempenho dos mesmos (Restle et al, 2002). Assim, o emprego de pastagens cultivadas de estação quente podem resultar em incremento na produtividade, sendo o sorgo forrageiro e o milheto as principais espécies cultivadas no estado de acordo com Orth et al (2012), apresentando rápido crescimento e alto valor nutritivo quando a planta encontra-se em estágio vegetativo, viabilizando o sistema de produção de bovinos. Para a obtenção de adequados ganhos de peso por bovinos é necessário compreender as relações que se estabelecem entre os animais em pastejo e a estrutura das pastagens utilizadas.…”

Effect of planting pattern of forage sorghum on forage productivity and heifer performance during finishing phase

“…Roman et al (2008) report DMP values in millet of 7,077.6 kg of DM ha −1 over 63 days of pasture utilization and application of 150 kg ha −1 of nitrogen. Orth et al (2012) obtained an average production of 6,550 and 6,000 kg of DM ha −1 for forage sorghum and millet, respectively, with the application of 135 kg ha −1 of nitrogen in topdressing. Table 7 presents the variables related to animal performance.…”

Pastagens de milheto ou sorgo forrageiro para novilhos de corte em fase de crescimento

“…Estes resultados corroboram com Orth et al (2012) que obtiveram similaridade na produção de forragem entre milheto e duas cultivares de sorgo (AG 2501 C e BRS 800). Considerando apenas o período experimental de 63 dias, Roman et al (2008) ao avaliarem a produção de forragem de milheto pastejado por novilhas e encontraram produção média de forragem de 7,07 toneladas MS/ha, enquanto para a mesma cultura em 84 dias obtivemos um total de 9,18 toneladas MS/ha, ao passo que para o sorgo forrageiro, 10,25 toneladas MS/ha.…”