Este texto pretende analisar as categorias contradição e totalidade na relação entre universal-singular-particular, na perspectiva do materialismo histórico e da pedagogia histórico-crítica, de modo a identificarmos as contribuições desta relação no trabalho educativo para o desenvolvimento da diversidade humana, de acordo com as particularidades de uma sociedade regida pelo capital. O texto se divide em dois momentos. No primeiro momento discute o duplo sentido do trabalho em Marx. O trabalho enquanto atividade fundamental no processo de transformação do mundo exterior e de si mesmo. Mas que, na sociedade dividida em classes, o indivíduo é apartado do acúmulo social e histórico da humanidade, portanto, impedido de manifestar sua diversidade na plenitude. No segundo momento, busca no trabalho educativo a relação universal-singular-particular de acordo com as categorias contradição e totalidade, ou seja, a forma pela qual o gênero humano contém o indivíduo singular, ao mesmo tempo em que este realiza a universalidade. Esta relação resulta na manifestação da particularidade, que se constitui como mediação e se torna responsável pelo desenvolvimento do indivíduo e de sua diversidade. Por fim, conclui-se sobre as ciladas dos discursos sobre diversidade, bem como a necessidade de pensar a emancipação para além das conquistas dos direitos civis e políticos pelos diferentes grupos sociais e culturais, que apesar de necessárias não correspondem a emancipação humana de modo que o indivíduo manifeste sua diversidade na plenitude.