“…Os militares, organizados em instituições próprias como o Clube Militar, o Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos (Cebres), postulam que ronda as terras indígenas, ou a Amazônia, "[...] uma iminente ameaça à segurança nacional: a 'balcanização' étnica, capitaneada por ONG internacionais, por meio da instrumentalização dos povos indígenas brasileiros, [...]" (CAVALCANTI-SCHIEL, 2009, p. 149). Reações desse tipo surgem a todo momento, mas especialmente depois de aprovada a Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas pela ONU em 13 de dezembro de 2008, o pertencente ao Cebres e ex-comandante Luiz Gonzaga Schroeder Lessa, militar da Amazônia publica no website do clube que, se a Declaração for referendada no Congresso brasileiro, os líderes indígenas poderiam, instruídos e preparados, declarar a independência de suas nações, apartando-se do Brasil (CAVALCANTI-SCHIEL, 2009). A lógica da 'proteção' dos indígenas pelo Estado Nacional e como reclamado pelos militares, no contexto de um regime político autoritário, visa apenas camuflar a realidade sob essa pseudoproteção, mas defendendo de fato, a "expansão da fronteira agrícola e da exploração econômica, sob a forma do extrativismo empresarial ilimitado" (CAVALCANTI-SCHIEL, 2009).…”