Migrações Internas: evoluções e desafios

Abstract

S MIGRAÇÕES costumam figurar como o lado visível de fenômenos invisíveis. Aparecem muitas vezes como a superfície agitada de correntes subterrâneas. Verdadeiros termômetros que, ao mesmo tempo, revelam e escondem transformações ocultas. Os grandes deslocamentos humanos, via de regra, precedem ou seguem mudanças profundas, seja do ponto de vista econômico e político, seja em termos sociais e culturais. Os maremotos históricos provocam ondas bravias que deslocam em massa populações e povos inteiros. Numa palavra, a mobilidade humana é em geral um sintoma de grandes transições. Quando ela se intensifica, algo ocorreu ou está para ocorrer, ou melhor, algo está ocorrendo nos bastidores da história. * Exposição feita pelo autor no Seminário sobre População e Pobreza, promovido pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (Ibrades) de 13 a 16 de agosto de 2001, em Brasília (DF).

Friendship and internal migration in Brazil: Vulnerability and coping

“…Previous friendships tended to become weaker with time and new friends were from the destination state, other states and the origin state, as solidarity networks between migrants themselves are important (Gonçalves, 2001). …”

“…According to Gomes (2006), competition and solidary relations are present in migration, and Lyra (2005) showed that family, friends and people from the same origin were relevant for migrants returning to their cities. According to Gonçalves (2001) migration causes serious problems as migrants feel alone and miss their home land and friends become important as well as contact with other migrants.…”

Trilhas Femininas: Leves Pegadas Ao Ritmo Da Expropriação No Contexto Do Alto Vale Do Jequitinhonha Mineiro

“…A migração feminina inicia de maneira ainda tímida, após a década de 1970, com a expropriação das chapadas, mas impulsionada também por vários fatores que se arrastam desde o Brasil colônia. Para entender o porquê da migração, Gonçalves (2001) aponta o que ele chama de "nó", que seriam as amarras, os entraves que conduzem a tal processo, dentre estes nós destacamos três: a concentração das terras e do poder por parte da elite que tende, a partir daí, a determinar os resultantes sociais; as relações de trabalho, que costumeiramente têm o trabalho escravo como pano de fundo; e a estiagem semiárida cujas consequências têm se intensificado nos últimos anos. "Porém, não podemos cair na ingenuidade de que a seca é fator predominante da saída em massa do Nordeste e de Minas Gerais.…”

Três formas de segregação urbana e racial em Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo

“…Nesse período, houve uma série de deslocamentos das populações pobres para as capitais, e a intensificação da urbanização traçou novos desenhos para as cidades brasileiras. Ao longo do século XX, as migrações rural-urbanas aumentaram: desde 1970, quando a população rural passou a ser minoritária, até o início dos anos 2000, mais de 40 milhões de brasileiros/as migraram do campo para a zona urbana (Gonçalves, 2001). Assim, embora o local e o momento em que se passam a narrativa de Ponciá não tenham sido precisamente determinados, ela se recordou de outros casos antes dela:…”