S MIGRAÇÕES costumam figurar como o lado visível de fenômenos invisíveis. Aparecem muitas vezes como a superfície agitada de correntes subterrâneas. Verdadeiros termômetros que, ao mesmo tempo, revelam e escondem transformações ocultas. Os grandes deslocamentos humanos, via de regra, precedem ou seguem mudanças profundas, seja do ponto de vista econômico e político, seja em termos sociais e culturais. Os maremotos históricos provocam ondas bravias que deslocam em massa populações e povos inteiros. Numa palavra, a mobilidade humana é em geral um sintoma de grandes transições. Quando ela se intensifica, algo ocorreu ou está para ocorrer, ou melhor, algo está ocorrendo nos bastidores da história. * Exposição feita pelo autor no Seminário sobre População e Pobreza, promovido pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (Ibrades) de 13 a 16 de agosto de 2001, em Brasília (DF).
Sou nascido em Minas Gerais. Vim prá São Paulo em 1954, na época que morreu Getúlio Vargas. Me criei no interior do estado, perto do norte do Paraná. Tempo de muita fartura. Aqui prá São Paulo mesmo, prá capital, eu vim em 1970. Depois voltei prá Minas, e de lá vim de novo prá região de Ribeirão Preto. Mas aí já tava tudo muito fraco, não era mais como no começo. Não tinha mais fartura. A miséria já tava rondando a porta. [...]
As reflexões que se seguem nasceram a partir de um trabalho pastoral junto a com unidades eclesiais da periferia de São Paulo, mais especificamente algumas favelas do Parque Santa Madalena, zona leste da cidade. Não se trata propriamente de um artigo, e sim de alguns comentários a respeito do conceito morar, relacionando-o à convivência numa população com elevado número de migrantes. [...]
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