“…Mais particularmente, este artigo pretende investigar o significado dos Imperativos da Revolução de Março na fundamentação e na formulação do projeto político do regime militar. Porém, no intuito de fazer jus a uma adequada compreensão de sua temporalidade, os Imperativos serão confrontados com escritos políticos de Miguel Reale de períodos anteriores (da Era Vargas) e posteriores (da segunda metade da ditadura), a fim de que se permita concluir em que medida houve continuidade no discurso político que Reale buscou aplicar à ditadura de 1964-1985, de maneira a evidenciar as transformações e permanências do pensamento de Reale no desenrolar desses acontecimentos políticos, sem perder de vista a literatura já disponível a respeito (RAMOS, 2008;CALDEIRA NETO, 2011;BERTONHA, 2013;CODATO, 2013). Ao final, espera-se que Miguel Reale, ao lado de seu impactante pensamento no âmbito da filosofia do direito e, especialmente, na construção da tão aclamada "Teoria Tridimensional do Direito", seja também lembrado como um importante jurista que fez da ditadura um tema contínuo de seus estudos e, apesar de suas nítidas arbitrariedades, uma realidade que merecia legitimação.…”