Projetos urbanísticos, mercados populares e processos de patrimonialização na cidade do Rio de Janeiro

Abstract

Resumo Considerados locais "sujos" ou que "atrapalhavam" o desenvolvimento das cidades, muitos mercados de abastecimento foram remanejados para zonas periféricas dos centros urbanos. Atualmente eles vêm sendo recuperados como "patrimônios", expressando concepções urbanísticas alternativas e passando a ser alvos de políticas públicas voltadas para o turismo. Este artigo analisa o caso de projetos urbanísticos para a reconstrução de um mercado no centro da cidade do Rio de Janeiro. O objetivo é expor diferentes concepções urbanísticas relacionadas aos mercados do Rio, assim como distintas articulações entre urbanismo e processos de patrimonialização.

Saúde ambiental em mercados e feiras: estudo de caso a partir da teoria ambientalista de Florence Nightingale

“…Estudar as feiras e mercados quando da percepção desses condicionantes é necessário e pontualmente pertinente, haja vista que o entendimento destes fatos amplia a consciência sobre a responsabilidade social e permite compreender as diversas problemáticas encontradas em determinados espaços, assim como suas dinâmicas socioculturais Cruz et al, 2022;Gerhard et al, 2018;Marinho et al, 2018). Ademais, quando mercados e feiras são investigados por essas compreensões (Cruz et al, 2022;Gerhard et al, 2018;Bitar, 2016), permitem enveredar-se pela territorialização em saúde, o que permite a implementação de ações pela perspectiva da enfermagem em saúde coletiva, pois vai ao encontro de debates sobre direito à cidade e à saúde (Figueiredo et al, 2017;Amorin et al, 2022).…”

“…Pela observância aos espaços disponíveis pela organização de um mercado e seu entorno, é perceptível que é um local que agrega funções favoráveis à qualidade de vida, pois, o Mercado de São Braz apresenta algumas características positivas quando relacionado a aspectos sanitários e ambientais, sendo estes de ordem da arquitetura original. Entretanto, ainda que esta apresente evidências como o pé direito alto e janelas de tamanho relativamente grande, e que favorecem a circulação de ar e boa temperatura, favoráveis ao clima da região e a higienização do ambiente, é perceptível por efeito dos anos passados, que hodiernamente é um espaço com vários problemas como observado em outros estudos (Bitar, 2016;Silva, 2021). Logo, há incontingências direcionadas à saúde dos circulantes deste espaço, pois, indiretamente os usuários por meio das visitas e atividades cotidianas, são expostos a diversos agravos.…”

“…As feiras e mercados apresentam espaços com atividades e fluxos contínuos que interagem com as dinâmicas de seu entorno (Gerhard et al, 2018;Bitar, 2016). No caso do Mercado de São Braz são espaços que apresentam uma diversidade de serviços prestados e representam uma cadeia de relações sociais e de saúde, pois, há diariamente trocas simbólicas seja pela comercialização de produtos ou pela paisagem local, que proporciona aos seus visitantes e observadores a passagem da Belle Époque à cidade de Belém, assim como dos costumes amazônicos representativos pelos serviços ofertados.…”

“…Os mercados e feiras agregam as interações citadas e têm sido apontadas como território de interesse para pesquisa e intervenções em saúde (Cruz et al, 2022;Gerhard et al, 2018;Bitar, 2016;Bock et al, 2019). As condições apresentadas à população no percurso de suas dinâmicas influenciam no desenvolvimento de um equilíbrio físico, positivamente ou negativamente, dependendo da situação apresentada no cotidiano.…”

Os Mercados e os Dilemas da Autenticidade. Uma análise do Mercado Central de Belo Horizonte

“…2 Parte deles não conseguiu sobreviver à concorrência, parte se renovou e continua a funcionar, com maiores ou menores dificuldades de adaptação aos novos tempos, enquanto outros surgiram acompanhando uma nova cultura de consumo, como os mercados de produtos orgânicos (BROMLEY, 1998;WATSON;STUDDERT, 2006;ZUKIN, 2008). 3 Em muitas cidades brasileiras (BITAR, 2016;SILVA, 2015), como no caso de Belo Horizonte aqui analisado, os mercados surgiram como uma decisão da administração pública para garantir o abastecimento de alimentos. Atualmente, alguns permanecem públicos; outros foram privatizados ou funcionam em arranjos mistos.…”