2000
DOI: 10.1590/s0103-20702000000100002
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Walter Benjamin e Paris: individualidade e trabalho intelectual

Abstract: Este artigo é uma leitura do texto de Walter Benjamin Paris capital do século XIX. A partir do conjunto de anotações que Benjamin faz de diversos livros consultados, principalmente durante sua pesquisa na Bibliothèque Nationale, o autor pretende trabalhar a noção de indivíduo vinculando-a a dois temas. Primeiro, a emergência do flâneur como tradução do espírito de mobilidade que se inaugura com a modernidade. Para isso a discussão sobre a noção de espaço, particularmente no que diz respeito a cidade de Paris, … Show more

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“…As marcas do século 19 são muitas e nítidas: estão na tração motora, no processo automatizado da produção em série e no fascínio que eles exercem desde que se insinuou na Inglaterra a Revolução Industrial; na procura febril pela fotografia, registro de uma singularidade distinta daquela dos retratos aristocráticos e morosos que a invenção de Daguerre popularizara; na comodidade do telégrafo; nas invenções que atualizam e tornam mais ágil o sistema de impressão gráfica e potencializam a propaganda; no surgimento de um novo comércio, competitivo, em grande escala, cuja distribuição é acelerada pelos grandes magazines; no cinema, que presentifica em movimento o já passado; na eletricidade; no automóvel; na indústria química. Num mesmo século, duas modernidades, duas revoluções industriais: a primeira, simbolizada pelas maquinarias; a segunda, incorporando à simbologia dos motores um aparato técnico poderoso de representações e comunicações que dinamiza ainda mais as relações sociais, políticas e econômicas (Ortiz, 2000).…”
Section: Uma Obra Com a Autenticação Do Século Das Luzes Circula No Sunclassified
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“…As marcas do século 19 são muitas e nítidas: estão na tração motora, no processo automatizado da produção em série e no fascínio que eles exercem desde que se insinuou na Inglaterra a Revolução Industrial; na procura febril pela fotografia, registro de uma singularidade distinta daquela dos retratos aristocráticos e morosos que a invenção de Daguerre popularizara; na comodidade do telégrafo; nas invenções que atualizam e tornam mais ágil o sistema de impressão gráfica e potencializam a propaganda; no surgimento de um novo comércio, competitivo, em grande escala, cuja distribuição é acelerada pelos grandes magazines; no cinema, que presentifica em movimento o já passado; na eletricidade; no automóvel; na indústria química. Num mesmo século, duas modernidades, duas revoluções industriais: a primeira, simbolizada pelas maquinarias; a segunda, incorporando à simbologia dos motores um aparato técnico poderoso de representações e comunicações que dinamiza ainda mais as relações sociais, políticas e econômicas (Ortiz, 2000).…”
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“…Há, no século 19, uma França do Norte, industrializada, moderna, urbana, e uma França do Sul, agrícola, tradicional, atrasada (Ortiz, 2000), do mesmo modo como há a flânerie nas passagens, os pequenos mercados de luxo que se mantêm pelos nomes de comerciantes e famílias que os dirigem, e o indivíduo; e a urgência, a pressa, o consumo popularizado, os grandes magazines, a multidão. O processo de negação de um Antigo Regime torna-se, de fato, o movimento de popularização das comodidades do Antigo Regime, que agora se estendem e alcançam diversas classes sociais.…”
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“…primeiro é fruto da Revolução Industrial: advento do vapor e das ferrovias, mecanização das fábricas, crescimento da indústria, criação de grandes empresas industriais e comerciais, desenvolvimento do patronato e do proletariado, migração rural, crescimento das cidades. (...) O segundo século XIX se distancia da Revolução Industrial para se apoiar num outro sistema técnico: telégrafo sem fio, eletricidade, automóvel, indústria química, cinema etc 208.…”
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“…Como o flâneur, o cartógrafo desenvolve uma capacidade de estranhamento que o desenraizará tanto da percepção do habitualmente reconhecível, como do utilitarismo herdado da sociedade capitalista moderna no que se refere à produção científica. Seus movimentos compreendem um misto de espontaneidade -porque sua atividade, como a do caçador, tem afinidade com o ócio -e autonomia -porque, como o artista, sua liberdade não pode estar disjunta das exigências da sua arte (ORTIZ, 2000).…”
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