“…Fora do padrão estavam também os estudos que focalizavam a violência dos crimes cometidos por pessoas pertencentes às classes sociais desfavorecidas, mesmo quando recusavam a associação pobreza/crime, da qual trataremos mais adiante. Tanto os estudos quantitativos que apontavam um inequívoco aumento da criminalidade, especialmente a violenta (a que mais atinge os pobres ou os populares) durante as décadas de 80 e 90 (Adorno, 1992;Beato et alii, 1997;Coelho, 1992;Paixão, 1983Paixão, , 1990Soares et alii, 1996, Zaluar, 1994b, quanto os raros estudos etnográficos que enfocavam grupos de traficantes e suas relações na vizinhança (Zaluar, 1983(Zaluar, , 1985(Zaluar, , 1988(Zaluar, , 1989(Zaluar, , 1993(Zaluar, a e b, 1994b(Zaluar, , 1996Shirley, 1997) não podiam deixar de mencionar este aumento e tentar entendê-lo com alguma plausibilidade. O quadro montado a partir desses dados sobre a vida entre os pobres estava longe de ser o de uma comunidade integrada, participante ou democrática.…”