Profissionais que trabalham com AIDS e suas representações sociais sobre o atendimento e o tratamento

Abstract

Esta pesquisa teve como objetivo identificar, nos profissionais que atendem pacientes soropositivos para o HIV, as representações sociais sobre o atendimento e o tratamento da doença. A amostra foi composta por 61 profissionais - em sua maioria, do sexo feminino (82%), com idade superior a 44 anos (42%) - que trabalham com a AIDS nos serviços de saúde pública de João Pessoa, PB. Os dados foram coletados pela técnica de associação livre de palavras, processados pelo software Tri-Deux-Mots e interpretados por meio da análise fatorial de correspondência, em cujo gráfico emergiram universos semânticos, que são agrupamentos de palavras, associados à idade e à categoria profissional, classificados na área médica e na área de humanas. Percebeu-se que a experiência leva o profissional a ultrapassar as questões do sofrimento que a AIDS provoca e a redirecionar o atendimento e tratamento aos aspectos mais subjetivos. Formações acadêmicas diferentes influenciam as representações da soropositividade, e tais representações estão relacionadas a suas práticas profissionais.

Profissionais De Saúde Falam Mais Sobre Cuidado E Menos Sobre Hiv/Aids

“…Corroborando com o estudo realizado na região Nordeste do Brasil, com profissionais de saúde no ano de 2004, a representação da AIDS não revela nuances de uma epidemia moderna amparada no universo reificado, com predomínio da racionalidade clínica e, sim, semelhantes à sociedade em geral, onde o preconceito, a promiscuidade e morte encontram-se arraigados (22) . Em relação ao estímulo 2, o conteúdo apresentado no NC está em consonância com a normatização vigente (aconselhamento, acolhimento).…”

O cuidado a pessoas com HIV/aids na perspectiva de profissionais de saúde

“…Health education manifested as the need to provide the care recipients orientation relative to contamination and reinfection by HIV, AIDS, and treatment. Furthermore, in the literature, this dimension is associated with orientation (5,13) to enhance the adherence to treatment and the consequent improvement of the quality of life of individuals with HIV/AIDS (5) .…”

“…Studies conducted in Brazil on the care of individuals with HIV/AIDS identified give support, understanding (5) , empathy (4)(5) , show affection and kindness, be patient, exchange emotions and expectations, understand, give up prejudice and preconceived notions, share, hold hands, walk together in the quest for friendship and trust, smiling, and exchange warmth in the relationship with care recipients as further expressions of showing affection (13) . In addition, the participants in the present study also reported that affection is able to replace the care recipients' families, which agrees with the findings of other authors (1) .…”

“…According to the participants' narratives, attention encompasses a full field extending from the detection of the physical, biological, psychological, and emotional needs of the care recipients to their singularities related to gender, age, and social class. Furthermore, the literature associates the notion of care with the attention paid to someone for the sake of his or her well-being (6) , support, and solidarity (5) . Therefore, according to the literature, caring for patients with HIV/AIDS demands that the care providers approach the recipients as human beings with specific needs who are fragile and deserving of respect and attention (18) .…”

“…The studies on the care of individuals with AIDS demonstrate that involved professionals must learn how to cope with the feeling of powerlessness triggered by terminal illness and death (2,4) by means of steady, although sometimes painful, reflection on their limits as healthcare providers (2) . Professional experience leads the healthcare providers to gloss over the suffering caused by AIDS and to direct care and treatment efforts towards the most subjective aspects (5) . Other studies have identified the difficulties healthcare professionals have in dealing with drug users (3,6) .…”