Na contemporaneidade, os mais diferentes discursos sobre uma vida saudável, que prometem felicidade e bem-estar, mas também prescrevem condutas, modos de ser e de viver, são produzidos por especialistas em saúde e veiculados pela mídia. Nesses discursos, a velhice é sinônima de doença, e a juventude, de saúde. Cada vez mais, são produzidos discursos que prometem uma velhice sem as marcas que lhe são próprias. Neste artigo, fruto de uma pesquisa mais ampla, apresentamos algumas definições sobre a velhice construídas em discursos de idosos, praticantes e não praticantes de atividades físicas, da cidade de Campina Grande – PB. Foram entrevistados cinco homens e nove mulheres, com idades que variaram de 62 a 88 anos. As entrevistas foram submetidas à Análise de Discurso. Os relatos constroem uma imagem da velhice que contraria a tradicional, segundo a qual os idosos são fracos, impotentes e não têm projetos para o futuro. A velhice, neles, assemelha-se muito à “identidade terceira idade”, cada vez mais presente na sociedade e na mídia, uma imagem na qual essa fase da vida aparece como a “melhor idade”, um período do ciclo vital pleno de possibilidades.