INTRODUÇÃO: A subnutrição é um problema frequente em idosos e sua prevalência aumenta entre os mais frágeis, tornando prioritária uma adequada oferta nutricional diante de eventos agudos. Entretanto, tal oferta, em pacientes desnutridos ou com privação calórica subaguda, pode ocasionar alterações hidroeletrolíticas associadas a sintomas neurológicos, respiratórios e cardiológicos, incluindo falência cardíaca. Esses distúrbios ocorrem poucos dias após a introdução da dieta, o que caracteriza a síndrome de realimentação. METODOLOgIA: Avaliou-se retrospectivamente cinco pacientes idosos internados por causa clínica e que desenvolveram síndrome de realimentação durante a internação hospitalar. RESULTADOS: Todos os pacientes analisados eram desnutridos e frágeis, dos quais quatro eram do sexo feminino. A idade variou entre 82 e 85 anos e o tempo de privação alimentar entre 7 e 15 dias. Três pacientes eram portadores de demência grave e foram admitidos com delirium hipoativo. Hipofosfatemia ocorreu em 100% da amostra, seguida por hipocalemia (60%) e hipomagnesemia (40%). Quatro pacientes cursaram com edema periférico (80%), dois apresentaram íleo metabólico e três idosos (os que apresentaram menores níveis de fosfato) faleceram durante a internação. CONCLUSÃO: Todos os casos de síndrome de realimentação analisados cursaram com hipofosfatemia, com desfecho fatal naqueles com menores níveis deste íon. A associação com edema e íleo metabólico foi comum. Dada a escassez de dados disponíveis na literatura, novos estudos são de extrema importância. A avaliação eletrolítica antes e após o início de suporte nutricional é imprescindível em pacientes de risco, auxiliando no reconhecimento e no tratamento precoce dessa grave condição. PALAVRAS-CHAVE: desnutrição; síndrome da realimentação; terapia nutricional.