2005
DOI: 10.1590/s0102-37722005000200009
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Resiliência na rua: um estudo de caso

Abstract: Resiliência pode ser entendida como um processo dinâmico envolvendo uma adaptação positiva frente a situações de adversidade significativa. Entretanto, quando focalizado em adolescentes que vivem em situação de rua, resiliência parece inatingível. Este artigo pretende apresentar e discutir as possibilidades e adversidades presentes em suas vidas. Trata-se de um estudo de caso qualitativo com objetivo de descrever o processo de resiliência na trajetória de vida de uma adolescente em situação de rua. Participou … Show more

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“…A Psicologia Positiva reconhece o sofrimento humano, situações de risco e patologias, mas pretende investigar outra face das questões, por exemplo, o altruísmo e a felicidade. (Paludo & Koller, 2005. Essa elaboração enfatiza a individualização de aspectos relacionais e purifica as relações profundamente desiguais constitutivas da história de nossas classes populares comparada aos segmentos mais privilegiados de nossa sociedade.…”
Section: Produções Atuais Da Psc: As Vinculações Teóricas E O Trabalhunclassified
“…A Psicologia Positiva reconhece o sofrimento humano, situações de risco e patologias, mas pretende investigar outra face das questões, por exemplo, o altruísmo e a felicidade. (Paludo & Koller, 2005. Essa elaboração enfatiza a individualização de aspectos relacionais e purifica as relações profundamente desiguais constitutivas da história de nossas classes populares comparada aos segmentos mais privilegiados de nossa sociedade.…”
Section: Produções Atuais Da Psc: As Vinculações Teóricas E O Trabalhunclassified
“…Assim, entendemos que não há resiliência se não houver a percepção de um risco (16) . Isso posto, afirmamos que para o grupo pesquisado, a socialização permitida pelo lazer foi estratégia de resistência às situações percebidas como risco, especialmente a solidão e o risco de adoecer mentalmente (15,17) .…”
Section: No Grupo Focal Verbalizaram Queunclassified
“…Tais pesquisas desafiam a noção homogeinizadora de "comportamento saudável", bem como o esteriótipo daquilo que consideramos "resiliente", na medida em que comportamentos problemáticos e negativos podem ser, na verdade, sinais de saúde em alguns contextos, pois através dos mesmos adolescentes e jovens podem acessar recursos viabilizadores de saúde (tais como sentimento de pertencimento à comunidade, vínculos significativos). Pesquisas com populações em situação de rua no Brasil também evidenciam essa perspectiva (Botelho, Silva, Kassab, & Leite, 2008;Paludo & Koller, 2005).…”
Section: Um Discurso Construcionista De Resiliênciaunclassified
“…Por mais paradoxal que tal afirmação pareça, os autores querem expressar sua preocupação sobre o quanto nós, enquanto profissionais da saúde e áreas afins, ignoramos estratégias de coping que fogem do que é estereotipado como sendo associado a bem estar, e dessa forma impactamos negativamente no desenvolvimento de resiliência desses adolescentes, ao colaborarmos com a construção de identidades saturadas de problema, ignorando ainda a possibilidade deles estarem fazendo escolhas racionais, frente a uma realidade com tão pouco acesso a recursos mais "satisfatórios" para alcançar autoestima, bem estar, satisfação, sensação de poder e controle sobre suas vidas. Estudos recentes sobre crianças e adolescentes em situação de rua (Botelho et al, 2008;Invernizzi, 2003;McAdam-Crisp, Aptekar, & Kironyo, 2005;Paludo & Koller, 2005) envolvidos em conflito armado (Betancourt, 2008;Boothby, 2006;Cortes & Buchanan, 2007;Denov & Maclure, 2007), exploração sexual (Montgomery, 2007) e outras formas de trabalho infantil (Libório & Pessoa, 2008;Liebel, 2004;Woodhead, 2004), têm apresentado resultados de suas pesquisas que vão ao encontro ao conceito de resiliên-cia oculta elaborado por Ungar. O reconhecimento dessa dimensão expressa através de comportamentos "desviantes" não significa que nós, assim como os autores acima citados, defendemos esses comportamentos como sempre sendo benéficos para toda e qualquer criança e adolescente em qualquer contexto social e cultural, e que essas formas de acesso a bem estar e relacionamentos significativos tragam somente aspectos construtivos, como se assumíssemos uma visão muito ingênua sobre o tema, ou ignorando a estrutura social e política de cada comunidade onde tais comportamentos se materializam.…”
Section: A Resiliência Ocultaunclassified