Floristic composition of the cerrado in the Pé-de-Gigante Reserve (Santa Rita do Passa Quatro, southeastern Brazil)

Abstract

Acta bot. bras. 15(3): 289-304. 2001 289 RESUMO -(Composição florística do cerrado na Reserva Pé-de-Gigante (Santa Rita do Passa Quatro, SP)). Estudamos uma área de 1225 ha, composta principalmente por cerrado, situada em Santa Rita do Passa Quatro, estado de São Paulo (21°36-38'S, 47°36-39'W). Em três fisionomias de cerrado (campo cerrado, cerrado sensu stricto e cerradão), coletamos, durante 18 meses, em excursões mensais, espécimes em fase fértil e os identificamos em nível específico. Encontramos 360 espécies, pertencentes a 236 gêneros e 69 famílias. As famílias mais ricas foram: Fabaceae, Asteraceae, Poaceae e Rubiaceae. As fisionomias savânicas foram mais ricas do que a florestal. A razão entre espécies arbustivo-arbóreas e herbáceo-subarbustivas foi de aproximadamente 2:1. Analisamos a flora como um todo e seus componentes herbáceo-subarbustivo e arbustivo-arbóreo separadamente, comparando-os com outras áreas disjuntas de cerrado. Dessa comparação, obtivemos valores de similaridade (índice de Sørensen) de 0,47 a 0,81, que mostraram que a diversidade 3 foi maior no componente herbáceo-subarbustivo do que no componente arbustivo-arbóreo.Palavras-chave -cerrado, savana, fisionomia, florística.ABSTRACT -(Floristic composition of the cerrado in the Pé-de-Gigante Reserve (Santa Rita do Passa Quatro, southeastern Brazil)). We studied a 1225 ha area, composed mainly of cerrado, in Santa Rita do Passa Quatro, São Paulo State, southeastern Brazil (21°36-38'S, 47°36-39'W). In three cerrado physiognomies (campo cerrado -a wooded savanna, cerrado sensu stricto -a woodland, and cerradão -a tall woodland), we collected all vascular plants in reproductive stage, and identified them to species level. We found 360 species, representing 236 genera and 69 families. The richest families were: Asteraceae, Fabaceae, Poaceae, and Rubiaceae. The savanna physiognomies were richer than the forest one. The ratio between herbaceous and woody species was approximately 2:1. We analysed the whole flora and its two components separately, woody and herbaceous, comparing them with other disjunct cerrado areas. We obtained similarity values (Sørensen index) from 0.47 to 0.81, which showed that the 3 diversity of the cerrado was higher in the herbaceous component than in the woody one.

Flora fanerogâmica não-arbórea do cerrado na Estação Ecológica de Assis, Estado de São Paulo

“…A riqueza da flora fanerogâmica não-arbórea na Estação Ecológica de Assis (301 espécies) foi inferior à encontrada em áreas de cerrado de Moji-Guaçu por Mantovani & Martins (1993) (Batalha et al 1997); Santa Rita do Passa Quatro, com 141 espécies amostradas por Weiser & Godoy (2001) e 236 espécies amostradas por Batalha & Mantovani (2001); Bauru, onde Christianini & Cavassan (1998) amostraram 52 espécies; Agudos, com 70 espécies amostradas por Coral et al (1991);Franca, onde Araújo et al (1999) registraram 36 espécies e, em Brotas, Durigan et al (2002) mencionaram 29 espécies. Cabe ressaltar que alguns desses estudos foram fitossociológicos, com critérios distintos de inclusão, não tendo por objetivo caracterizar a flora herbáceo-arbustiva de determinada área.…”

“…Tannus & Assis (2004) encontraram Bignoniaceae, Euphorbiaceae e Myrtaceae como famílias mais ricas em número de espécies no campo sujo e Cyperaceae e Poaceae em campo úmido. Em fisionomia de cerrado sensu stricto, em Santa Rita do Passa Quatro, Fabaceae e Asteraceae foram as famílias mais numerosas (Batalha & Mantovani 2001) e, em Bauru, a família Rubiaceae foi a mais numerosa (Christianini & Cavassan 1998). Numa vereda em Uberlândia, MG, as famílias com mais espécies foram Poaceae, Asteraceae, Cyperaceae e Melastomataceae (Araújo et al 2002).…”

“…Outros estudos têm mostrado os gêneros Byrsonima e Eugenia (Weiser & Godoy 2001) e Vernonia e Chamaecrista (Batalha & Mantovani 2001) como os mais comuns em áreas de cerrado sensu stricto, Eupatorium, Rhynchospora e Hyptis em veredas e locais úmidos (Araújo et al 2002) e Vernonia, Eupatorium, Rhynchospora e Utricularia em campo sujo e campo úmido (Tannus & Assis 2004).…”

“…Encontram-se na literatura muitos estudos a respeito da flora do Cerrado das diversas regiões do Estado de São Paulo, destacando-se entre os mais recentes os trabalhos de Coral et al (1990) em Agudos; Mantovani & Martins (1993), em Moji Guaçu; Batalha et al (1997), em Pirassununga; Christianini & Cavassan (1998), em Bauru; Araújo et al (1999), em Franca; Durigan et al (1999), em Assis; Batalha & Mantovani (2001) e Weiser & Godoy (2001), em Santa Rita do Passa Quatro; Durigan et al (2002), em Brotas; Teixeira et al (2004) em Patrocínio Paulista e Tannus & Assis (2004), em Itirapina.…”

“…Assim, estima-se que especialmente a riqueza da flora herbáceo-arbustiva dos cerrados seja pouco conhecida, com base na escassez de estudos deste componente da comunidade vegetal (Ratter et al 1997, Tannus & Assis 2004. No Estado de São Paulo, apenas os levantamentos realizados por Mantovani & Martins (1993), Christianini & Cavassan (1998), Batalha et al (1997), Batalha & Mantovani (2001) e Tannus & Assis (2004) foram dirigidos às formas de vida não-arbóreas, sendo os demais exclusivos ou priorizando a flora arbórea, tendo as outras formas de vida apenas como informação complementar.…”