A relação sexual como uma técnica corporal: representações masculinas dos relacionamentos afetivo-sexuais

Abstract

The authors analyze male sexual initiation as a time of acquiring knowledge, based on 62 ethnographic interviews with young men (18-24 years) in the cities of Porto Alegre, Rio de Janeiro, and Salvador, Brazil, as a stage in the GRAVAD Research Project. Adopting an anthropological and comparative perspective, the reports show that men's first sexual experience is a process of physical and social learning by which they acquire technical knowledge on the use of their bodies and skill to relate to others, especially women. These are important milestones in the passage to adulthood. In addition to differences in belonging to various socioeconomic segments, the authors focus on gender relations, especially models of masculinity, demonstrating that a young man's first sexual intercourse is a socially and symbolically striking moment, not limited to a single event, but an experience that involves different levels of learning as part of the process of becoming a man.

Saúde do homem e masculinidades na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem: uma revisão bibliográfica

“…Among the various periods of masculine sexual life, sexual initiation can be described as a moment of bodily and social learning (Leal and Knauth, 2006) in which the man relates to himself, with his body, but also with the bodies of others who surround him, in particular, to women.…”

“…As stressed by Leal and Knauth (2006), masculine sexual initiation is an event marked by social constructions of sexuality, according to which: 1) what is considered to be sexual varies from one culture to another, so the values attributed to encounters between the sexes by societies also are different; 2) sexual behaviors are standardized by societies and human cultures, although their acquisition occurs individually, in a continuous process of acculturation which extends through the entire life of the subjects; 3) individuals' adaptation to the sexual behaviors sculpted by societies and cultures is not done in a linear and irreversible way in time, as there are spaces for human creativity.…”

Percepção de adolescentes não-pais sobre projetos de vida e sobre a paternidade adolescente

“…069,1990), ela insere-se entre os 12 e os 18 anos. Todavia, muitas vezes o período que compreende a adolescência ultrapassa o critério da idade (Leal & Knauth, 2006), pois o mesmo se altera de acordo com os contextos e os eventos de vida de cada indivíduo (Oliveira, 2008). A dificuldade de delimitar o final da adolescência pode estar vinculada ao reconhecimento do sujeito do seu status de adulto, e alguns elementos, como o sustento financeiro e a própria paternidade, podem ser indícios do início da vida adulta (Orlandi & Toneli, 2008).…”

Opinião de jovens do sexo masculino sobre contracepção, gravidez não planejada e aborto induzido

“…Pôde-se constatar que a média da idade da iniciação sexual foi de 15 anos, faixa etária similar à encontrada em estudos de outros autores (10)(11) . Apenas três dos entrevistados relataram que na ocasião do primeiro evento sexual estavam preparados emocionalmente para a iniciação sexual; cinco associaram esta vivência à vontade de experimentação, vinculando-a à curiosidade, à imaturidade e à inexperiência.…”

“…Outra pesquisa (12) Segundo as respostas obtidas, doze dos jovens utilizaram o condom masculino na primeira relação sexual, e apenas um jovem não utilizou nenhum método contraceptivo, o que torna o preservativo masculino o método majoritariamente utilizado na primeira relação sexual por esta população. Esse dado concorda com o de outro estudo já realizado (11) , porém este mesmo estudo também detectou que a maioria dos adolescentes sexualmente ativos não utilizava preservativo e que alguns dos que o utilizavam faziam-no de forma esporádica. Estes achados permitem inferir que em geral os jovens dos sexo masculino não usam o condom em suas relações sexuais, o que pode estar associado a maior segurança e confiança na parceira.…”