A juventude é um período de mudanças e adaptações. A gestação nessa fase da vida é resultante do exercício da sexualidade e vista como um problema social. A paternidade ocorre nesse cenário sendo influenciada por questões de gênero culturalmente construídas. Os serviços de saúde, ao voltarem a sua assistência ao público materno-infantil, reproduzem esse cenário social, tornando assim imprescindível a inclusão do pai no contexto da gestação e o reconhecimento da importância de sua participação no pré-natal e no parto. Objetivo: descrever a vivência dos jovens pais na assistência pré-natal e no parto de seus primeiros filhos. Método: estudo qualitativo, realizado através de entrevista semiestruturada com doze jovens pais, selecionados pela técnica snowball. A análise de conteúdo foi utilizada para tratamento dos dados. Resultados: a maioria dos jovens demonstrou conhecimento restrito quanto ao pré-natal, tiveram participação passiva durante as consultas ou ficaram do lado de fora do consultório. Somente um pai vivenciou o nascimento do seu filho. Conclusão: papéis de gênero, atrelados a masculinidade, que influenciam negativamente o exercício da paternidade, necessitam ser repensados e reelaborados, e ações interdisciplinares e intersetoriais que problematizem essas questões devem ser destinadas ao homem durante todo o seu ciclo vital.
Modelo do estudo: Cohort. Objetivos: Relatar a experiência do setor de Pequenos Procedimentos em Dermatologia do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, determinando os diagnósticos, tipos de tratamentos e resolutividade. Metodologia: Trata-se de estudo prospectivo, observacional, por meio da coleta de dados dos pacientes do Programa de Saúde da Família da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro encaminhados para a realização de pequenos procedimentos em dermatologia, durante um período de 31 semanas. Resultados: Foram atendidos 884 pacientes. As lesões benignas representaram 77,5% dos diagnósticos clínicos e as malignas 22,5%. Os diagnósticos mais frequentes foram de cisto (133) e carcinoma basocelular (128). Os procedimentos mais realizados foram a excisão e sutura simples (337) e a retirada de lesão por shaving mais eletrocoagulação (161). No total, 98,3% dos procedimentos foram de cirurgia dermatológica básica e 1,7% dos casos necessitaram de procedimentos avançados. Além disso, 90,8% dos pacientes foram operados no dia do primeiro atendimento e 3,7% precisaram ser encaminhados para outras especialidades cirúrgicas. Conclusão: Um serviço de cirurgia dermatológica estruturado para a realização de pequenos procedimentos, em caráter ambulatorial, permite prover atendimento resolutivo à grande maioria dos pacientes com essa necessidade.
Objetivo: apresentar as percepções de homens jovens sobre a vivência da paternidade. Método: estudo qualitativo, realizado através de entrevista com 12 jovens de idade entre 18 e 24 anos, captados pela técnica de bola de neve e saturação teórica. O tratamento dos dados deu-se pela análise de conteúdo. Resultados: os jovens pais encontravam-se em cenário socioeconômico desfavorecido. A paternidade foi associada a isolamento e perdas, mas também à renovação e novas perspectivas. O provimento financeiro do filho foi um aspecto relacionado a exigências do modelo de masculinidade e paternidade vigentes, o que pode dificultar a vivência de outras formas de ser pai. Considerações finais: é necessária a implementação de políticas públicas que possibilitem aos rapazes gerenciarem sua vida reprodutiva de forma saudável e responsável, estabelecendo discussões quanto a gênero e masculinidade, para favorecer a vivência de uma paternidade menos calcada nas normas de masculinidade vigentes.
A sífilis é uma infecção bacteriana que acomete todas as classes sociais, que causa comprometimento sua saúde de homens e mulheres, prejudicando inclusive o exercício da sexualidade. No que tange ao público masculino, sabe-se que fatores sociais e culturais implicam negativamente no seu autocuidado, e na dificuldade em buscar os serviços de saúde. Os profissionais de enfermagem podem desempenhar papel fundamental nas estratégias voltadas à prevenção, diagnóstico e tratamento da sífilis. Objetivo Identificar os fatores culturais e sociais relacionados ao tratamento da sífilis nos homens à luz da Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado Cultural. Métodos Estudo qualitativo e descritivo, realizado entre 2017 e 2018, no Rio de Janeiro/ Brasil, com 32 homens diagnosticados com sífilis. A narrativa de vida e a análise temática foram utilizadas para a coleta e tratamento dos dados, respectivamente. Resultados A maioria dos homens (71,8%) eram pretos/pardos, homossexuais (50,0%), com histórico de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (78,1%), e foram tratados com penicilina benzatina (90,6%). A dificuldade de acesso e organização inadequada dos serviços de saúde, o desabastecimento de penicilina benzatina e o medo associado à sua administração foram apresentados como principais fatores de impacto negativo para o tratamento. Em contrapartida, a organização dos serviços de saúde faz-se necessária para facilitar o acesso ao tratamento, assim como o acolhimento e vínculo com os profissionais de saúde que acompanham o tratamento, principalmente a equipe de enfermagem, favoreceram a continuidade do mesmo. Considerações finais Tratar a sífilis nos homens requer mais do que a prescrição e administração medicamentosa, necessita de envolvimento e de cuidado integral construído junto aos usuários.
Objetivo: compreender os fatores que interferem no diagnóstico da sífilis em homens à luz da Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado Cultural. Método: estudo qualitativo, aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa, realizado em Hospital Universitário no Rio de Janeiro, entre setembro de 2017 e março de 2018. Foram entrevistados 32 homens diagnosticados com sífilis adquirida, e a análise temática foi utilizada para o tratamento dos dados. Resultados: a maioria dos homens tinha história de contágio por outra Infecção Sexualmente Transmissível e foi diagnosticada no ambulatório de imunologia. O momento diagnóstico é encarado com surpresa, tem repercussões psicossociais e é influenciado por fatores culturais e sociais. Considerações finais: alguns fatores interferem positivamente e outros negativamente no diagnóstico da sífilis na população masculina. Para detectar essa infecção nos homens, deve-se conhecer o contexto sociocultural em que estão inseridos para, assim, implementar estratégias tanto diagnósticas quanto preventivas mais eficazes.ABSTRACTObjective: to understand the factors that interfere with the diagnosis of syphilis in men in the light of the Theory of Diversity and Universality of Cultural Care. Method: qualitative study, approved by the Ethics and Research Committee, conducted at a University Hospital in Rio de Janeiro, during september 2017 to march 2018. Thirty-two men diagnosed with acquired syphilis were interviewed, and thematic analysis was used for data treatment. Results: most men had a history of contagion by another STI and were diagnosed at the immunology outpatient clinic. The moment of diagnosis is faced with surprise, has psychosocial repercussions and is influenced by cultural and social factors. Final considerations: some factors interfere positively and others negatively in the diagnosis of syphilis in the male population. To detect this infection in men, it is necessary to know the sociocultural context in which they live, in order to implement more effective diagnostic and preventive strategies.RESUMENObjetivo: comprender los factores que interfieren en el diagnóstico de la sífilis en los hombres a la luz de la Teoría de la diversidad y universalidad del cuidado cultural. Método: estudio cualitativo, aprobado por el Comité de Ética en Investigación, realizado en un Hospital Universitario de Río de Janeiro, de septiembre de 2017 a marzo de 2018. Se entrevistó a 32 hombres diagnosticados de sífilis adquirida y se utilizó el análisis temático para el tratamiento de los datos. Resultados: la mayoría de los hombres tenía antecedentes de contagio por otra Infección Sexualmente Transmisible y el diagnóstico se hizo en el ambulatorio de inmunología. El momento del diagnóstico se afronta con sorpresa, tiene repercusiones psicosociales y está influenciado por factores culturales y sociales. Consideraciones finales: algunos factores interfieren positivamente y otros negativamente en el diagnóstico de la sífilis en la población masculina. Para detectar esta infección en los hombres, se debe conocer el contexto sociocultural en el que se insertan, para entonces poner en marcha estrategias de diagnóstico y de prevención más eficaces.
RESUMOAdolescência e juventude são fases de mudanças intensas, nas quais as experimentações e novidades são fatores marcantes. Neste mundo de descobertas e adaptações, o adolescente sente sua libido aumentar e sua sexualidade aflorar, e como resultado podem ocorrer gestações e contágio por doenças sexualmente transmissíveis (DST). Embora o exercício da sexualidade seja marcante para ambos os sexos, suas consequências, principalmente a gravidez, causam maior impacto no universo feminino. O objetivo deste artigo foi identificar e compreender a opinião e vivência de jovens do sexo masculino quanto à contracepção, gravidez não planejada e aborto induzido. Estudo descritivo-qualitativo, realizado em um escola pública de ensino médio localizada na Zona Norte do Rio de Janeiro. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 13 jovens de idades entre 18 e 23 anos, que foram analisadas pela técnica da análise de conteúdo. Os métodos mais citados foram a camisinha masculina e a pílula, sendo o mais utilizado o condom. A conversa entre o casal é dita como a melhor forma de escolher o método e o aborto induzido é reprovado por todos os entrevistados. Os jovens estão mais inseridos na contracepção do que em outrora, porém estratégias educativas problematizadoras podem qualificar esta participação e contribuir para reflexões mais amplas. Palavras-chave:Comportamento do Adolescente. Anticoncepção. Gravidez na Adolescência. Aborto Induzido. INTRODUÇÃOA adolescência é considerada como a segunda etapa da vida do ser humano (idade entre 10 e 19 anos), enquanto a juventude corresponde ao período de 15 a 24 anos (1) . O estabelecimento desta faixa etária é relevante para fins epidemiológicos e organizacionais dos serviços e assistência à saúde, porém, na realidade, a idade de entrada e saída desta fase é determinada de acordo com características individuais, sociais, culturais e econômicas.A adolescência é um período de transição e de mudanças biopsicossociais que conduzem o indivíduo da infância para a fase adulta. É também um período em que se buscam novidades e a pessoa sente-se invulnerável e indestrutível (2) ; e é a fase da vida em que ocorre a chegada da puberdade, tornando possível a reprodução.A realidade social e econômica do universo em que o jovem está inserido, associada à descoberta da sexualidade neste mundo em que a erotização é marca predominante e as informações quanto às questões sexuais fornecidas -quer pelas escolas quer pela família -são inexistentes, inexatas, duvidosas e pouco reflexivas (2) , "a cultura, em geral, reflete-se diretamente na efetivação da vida sexual do adolescente" (3:494)
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