2006
DOI: 10.1590/s0102-30982006000200009
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Trabalho doméstico: inatividade econômica ou trabalho não-remunerado?

Abstract: Abrigado sob a rubrica afazeres domésticos nos levantamentos do IBGE, o trabalho doméstico realizado por donas de casas sempre foi considerado inatividade econômica, igualando-o à condição de estudantes, aposentados, inválidos e aqueles que vivem de renda. Permanece assim na invisibilidade nas estatísticas oficiais, apesar da reformulação ocorrida no começo da década de 90. O artigo pretende oferecer contribuição ao tema, analisando o número médio de horas semanais dedicadas à realização de "afazeres doméstico… Show more

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“…Referencial teórico: o hiato de gênero Referencial teórico: o hiato de gênero Referencial teórico: o hiato de gênero Referencial teórico: o hiato de gênero Referencial teórico: o hiato de gênero É bastante conhecido o resultado de que, enquanto a paternidade tende a ser boa para a carreira dos homens, a maternidade prejudica a carreira das mulheres (Michelle BUDIG;Paula ENGLAND, 2009;Kimberly KELLY;Linda GRANT, 2012;Markus GANGLE;Andrea ZIEFLE, 2009;Alexandra KILLEWALD, 2013). Isso funciona nos dois sentidos: os empregadores tendem a preferir pais sobre as mães e, por uma variedade de fatores, muitas mulheres saem da força de trabalho ou reduzem suas horas de trabalho, especialmente se elas têm um parceiro estável que participa da força de trabalho.…”
Section: Introdução Introdução Introdução Introdução Introduçãounclassified
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“…Referencial teórico: o hiato de gênero Referencial teórico: o hiato de gênero Referencial teórico: o hiato de gênero Referencial teórico: o hiato de gênero Referencial teórico: o hiato de gênero É bastante conhecido o resultado de que, enquanto a paternidade tende a ser boa para a carreira dos homens, a maternidade prejudica a carreira das mulheres (Michelle BUDIG;Paula ENGLAND, 2009;Kimberly KELLY;Linda GRANT, 2012;Markus GANGLE;Andrea ZIEFLE, 2009;Alexandra KILLEWALD, 2013). Isso funciona nos dois sentidos: os empregadores tendem a preferir pais sobre as mães e, por uma variedade de fatores, muitas mulheres saem da força de trabalho ou reduzem suas horas de trabalho, especialmente se elas têm um parceiro estável que participa da força de trabalho.…”
Section: Introdução Introdução Introdução Introdução Introduçãounclassified
“…Para os pais, o tempo total de trabalho é praticamente o mesmo se suas esposas trabalham fora de casa ou não, mais uma vez apoiando a hipótese de que os pais não alteram seu comportamento em resposta a suas esposas que trabalharem fora de casa. Bruschini (2006) criticava o status quo onde o trabalho doméstico é considerado inatividade econômica. Em seu artigo, a autora apontava a dissonância entre as médias semanais de trabalho doméstico entre homens e mulheres usando dados da PNAD 2002: 16 27,2 horas para as mulheres e 10,6 para os homens.…”
Section: Introdução Introdução Introdução Introdução Introduçãounclassified
“…Bruschini (2006) levanta a tese do trabalho das donas de casa vir a ser colocado como um trabalho "não-remunerado" e não como uma "inatividade econômica". Em defesa dessa posição, ela analisa estudos desde os anos 1970 que tentam dar visibilidade ao trabalho doméstico e outros que usam o tempo para mensurar as atividades de produção ou de reprodução realizadas na sociedade.…”
Section: Experiências De Donas De Casaunclassified
“…No mais, ele também não é reconhecido por não representar uma contribuição monetária para o orçamento familiar. Entretanto, nas palavras das próprias donas de casa entrevistadas (Maria dos Prazeres e Maria Amélia), assim como na literatura (Bruschini, 2006;Duran, 1983;Melo et al, 2007), a economia gerada pela realização dos trabalhos domésticos reverte-se em ganhos para a família e para a sociedade. Chama atenção, portanto, o fato de esse ganho, de essa contribuição econômica permanecer ignorada ou menosprezada.…”
Section: Experiências De Donas De Casaunclassified
“…Certamente, a discussão da relação entre o comportamento reprodutivo e o trabalho da mulher pode lançar luz sobre mais um dos aspectos que explicam o declínio acentuado das TFTs no Brasil. É possível que as exigências do mercado de trabalho (Hewllet, 2002), a ausência de uma assistência social eficiente à mãe trabalhadora (Favaro, 2004;Presser, 1989) e a dificuldade de dividir equitativamente os trabalhos domésticos com o parceiro (Bruschini, 2006) possam responder por boa parte da fecundidade abaixo do nível de reposição da população no Brasil. Nesse sentido, este estudo pode colaborar com essa discussão, uma vez que demonstra a importância da ocupação da mulher na composição do regime reprodutivo.…”
Section: Prováveis Explicações Para Os Diferenciais No Comportamento unclassified