Desigualdade social, crescimento urbano e hanseníase em Manaus: abordagem espacial

Abstract

OBJETIVO: Analisar a epidemiologia de hanseníase segundo a distribuição espacial e condições de vida da população. MÉTODOS: Estudo ecológico baseado na espacialização da hanseníase em Manaus (AM), entre 1998 e 2004. Os 4.104 casos obtidos do Sistema de Informações de Agravos de Notificação foram georreferenciados de acordo com a localização dos endereços em 1.536 setores censitários urbanos, por meio de quatro técnicas: correios (73,7% dos endereços encontrados); Programa de Cadastro de Logradouros (7,3%); Programa Saúde da Família (2,1%) e folhas de coleta do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (1,5%). Para cálculo do coeficiente de detecção utilizou a população de 2001. Na análise espacial foi aplicado o método bayesiano empírico local para produzir uma estimativa do risco da hanseníase, suavizando o efeito da flutuação das taxas, quando calculadas para pequenas áreas. Para análise da associação entre espacialização e fatores de risco empregou-se a regressão logística, tendo como variáveis explicativas a ocorrência de casos em menores de 15 anos (indicador de gravidade) e o Índice de Carência Social construído a partir das variáveis do Censo 2000. RESULTADOS: O coeficiente de detecção apresentou-se hiperendêmico em 34,0% dos setores e muito alto em 26,7%. A medida de associação (odds ratio) referente às variáveis explicativas foi significativa. A combinação de baixa condição de vida e ocorrência em menores de 15 anos foi adotada para identificar as áreas prioritárias para intervenção. CONCLUSÕES: A análise espacial da hanseníase mostrou que a distribuição da doença é heterogênea, atingindo mais intensamente as regiões habitadas por grupos em situação de maior vulnerabilidade.

Spatial distribution of leprosy in Brazil: a literature review

“…Table 1, Table 2 and Table 3 show the articles' summaries according to the scale used: two evaluated regions/ mesoregions 14,15 ; 13 used the scale of municipalities 10,[16][17][18][19][20][21][22][23][24][25][26][27] ; 4 evaluated districts [28][29][30][31] ; 6 studied neighborhoods [32][33][34][35][36][37] ; 7 analyzed the census tracts [38][39][40][41][42][43][44] ; and 3 investigated households [45][46][47] . Within each scale, the articles were organized by location: Brazil, Northern, Northeast, Midwest, and Southeast regions.…”

“…Within each scale, the articles were organized by location: Brazil, Northern, Northeast, Midwest, and Southeast regions. In all, 4 approached Brazil 10,16-18 , 7 studied the Northern region or the states of the Amazon region 14,19,20,[38][39][40]45 , 11 focused on the Northeast region [21][22][23]28,[32][33][34][35][36]40,41 , 4 the Midwest region 15,29,37,46 , and 12 the Southeast region [24][25][26][27]30,31,36,37,[42][43][44]47 .…”

“…Seven studies 10,19,20,23,32,33,36,38 evaluated the NCDR indicator of individuals under 15 years of age, 3 evaluated the disability-degree indicator 19,20,22 and one article explored the spatial distribution of mortality due to leprosy 18 .…”

Spatial analysis of new cases of leprosy in the State of Espírito Santo, Brazil, between 2004 and 2009

“…A study based on the spatialization of leprosy in Manaus, conducted by Imbiriba et al, used thematic maps to show that areas with high concentration rates of leprosy are directly related to socio-demographic characteristics, and also showed consolidated endemic disease in poor areas, justifying the fostering of transmission by a dispersed population with high susceptibility, precarious life conditions, and poor access to health services 19 .…”

Spatial distribution of leprosy in areas of risk in Vitoria, State of Espirito Santo, Brazil, 2005 to 2009

“…The distribution of leprosy in areas of the county has been characterized as quite heterogeneous, as was demonstrated in other regions in Brazil 5,[18][19][20] . Imbiriba et al 21 evaluated the epidemiology of leprosy and living conditions in Manaus State of Amazonas between 1998 and 2004 using the spatial distribution by census tract and identifi ed sectors with an average detection rate that ranged from 0.66 to 24.60 cases per 10,000 inhabitants, thus revealing an inequality and clustering of cases characterized by the spatial organization of leprosy.…”