Relacionando enfermagem, gênero e formação disciplinar

Abstract

RESUMO: Tendo como objeto a fo rma9ao disciplinar das enfermeiras, a partir do conceito de poder de Foucault, a autora busca atraves da analise e reflexao das praticas do cotidiano e da historia da profissao, maior compreensao e entendimento das rela90es e interconexoes entre a educa9ao das enfermeiras, sua submissao e (im)possibilidades de um co ntra-poder no exe rcicio de uma profissao eminentemente fe minina.ABSTRACT: The author, taking as object the nurses disciplinary fo rmation, supporting fu ndamentally in Foucault ' s power co ncept, wants, through reflexion and analysis fro m quotidian practices and profession history, more comprehension and understanding from relations and interconnections among nurses education; submission and resis tance (im)possibilities in a fe male profession exercise.A realiza<;:ao deste trabalho se deve aos questio namentos, incompreensoes e insatisfa<;:oes que tenho das rela<;:oes entre a fo mla<;:ao das enfermeiras*** e 0 seu exercicio profissional . Minhas btiscas, mais espe cificamente, iniciaram-se a partir das incertezas e incompreensoes quanto a submissao apresentada pe las enfermeiras no exercicio profissional, e as possi veis vincula<;:Oes de tal comportamento com a sua fO mla<;:ao.Percebo que na educa<;:ao das enfermeiras, ao ensinar-se os procedimentos basicos da profissao, fundamentais para a presta<;:ao da assistencia da en fe rmagem aos clientes sadios ou doentes, este ensino adquire uma fo rma (disciplinar), expressa principal mente, atraves de instrumentos como 0 controle do corpo, do tempo, a busca da padroniza<;:iio, a presen<;:a do olhar supervisor e das san<;:oes disciplinares, que passam a constituir-se fundamentalmente, tamoom como conteUdo, como urn "saber" necessario e ine rente a pratica.Nightingale, apud MELO( l7: 51) , precursora da enfermagem moderna, entendia que "0 real significa do da enfemlagem era 0 seu espirito vocacional e submisso ". 0 treinamento de alunas norte-america nas no seculo passado, ja dentro do sistema preconi zado por Nightingale buscava desenvolver nas estu dantes: "respeitabilidade, obediencia, delicadeza, submissao, destreza no trabalho pesado, lealdade, passividade e religiosidade " (I :51) , caracteristicas que talvez com outras denomina<;:oes, ainda hoje, tern sido cultivadas na fo rma<;:ao das enfermeiras em muitos, senao em todos cursos de gradua<;:ao .Dentre os problemas e conflitos enfrentados pela profissao, verifico que no Brasil, apenas a partir de meados da decada de 80, surgiram publica<;:oes de nunciando, de modo mais claro e evidente, 0 carnter submisso e docil das enfermeiras nas rela<;:oes com quem representa 0 poder, contraditorio ao seu carciter 286No exercicio da enfennagem, em instituiyoes de ensino ou de saude, a porcentagem de profissionais do sexo feminino e predominante. No Brasil, 94, 1 % dos profissionais de enfermagem de nivel superior sao mulheres e, na Regiiio Sui, 95, 1%, conforme dados de 1983 (4:56) Diante disto, parece-me conseqOente caracterizar a enfermagem como uma profissllo predominantemen...

Ensino de Enfermagem Obstétrica no Brasil: (des)acertos 1972-1996

“…A formação do enfermeiro com competências na assistência obstétrica em nível de graduação (habilitação) ou especialização para prestar cuidados à mulher (criança, escolar, adolescente, adulta e idosa), não havia sido estruturada com o devido rigor que merece esta matéria. Os estudos realizados sobre a temática têm se voltado, em sua maioria, para os aspectos operacionais dos planos curriculares que limitavam à mulher no processo da reprodução (3)(4)(5)(6) .…”

REBEn: GOOD GRIEF! I WISH EVERYBODY WERE LIKE YOU ARE AT THE AGE OF SEVENTY

“…O clímax das leituras de artigos da REBEn foi o nosso encontro com as enfermeiras-símbolos que se dedicaram ao extremo visando os novos rumos educacionais da enfermagem brasileira: Christófaro (1991), Barros e Silva (1990) -a luta das mesmas é reconhecida, principalmente, no que se refere à validação do novo currículo mínimo para os cursos de graduação em enfermagem. Outros encontros significativos possibilitados pelo veículo de comunicação REBEn, ocorreu entre nós, Meyer (1992) e Lunardi (1993), estudiosas que denunciam o modelo tecnicista que asfixia a enfe rmagem, desde o processo de fo rmação. Em contrapartida, o artigo de Garcia e Silveira (1998) subsidiou nos na fundamentação do tema criatividade no ensino superior de enfermagem.…”

Representações de gênero nas relações estudante de enfermagem e cliente: contribuições ao processo de ensino-aprendizagem

“…Ao realizar um levantamento bibliográfico nas principais bases de dados de enfermagem, foram encontrados poucos trabalhos que abrangem a temática "Gênero e Educação em enfermagem" (5)(6)(7)(8)(9)(10)(11)(12)(13)(14) . Não foi encontrada literatura que abordasse exclusivamente a categoria gênero na análise das práticas e das narrativas dos(as) estudantes de enfermagem.…”