INTRODUÇÃOCom o progresso na técnica cirúrgica, nas soluções de preservação, do manejo pós-operatório das complicações e de drogas imunossupressoras mais potentes e menos tóxicas, o resultado do transplante hepático melhorou acentuadamente nas últimas décadas 1 . A expressiva melhora na sobrevida resultou em aumento progressivo do número de transplantes hepáticos realizados em vários países. Entretanto, o tempo em lista de espera de pacientes aguardando este procedimento aumentou mais rapidamente, principalmente devido ao maior número de pacientes procurando os serviços de transplante. Na maioria dos países europeus, Estados Unidos e Brasil, a fila de espera está acima de três anos 2,3 . O prolongado tempo em lista resulta em maior morbidade e mortalidade. Cerca de 15% a 20% dos pacientes morrem enquanto aguardam a realização do transplante 2,4 . Estes dados tendem a piorar nos próximos anos, devido ao número limitado de doações de órgãos de cadáver.A escassez de doadores cadavéricos e a grande demanda de pacientes instigaram a comunidade médica a realizar transplante intervivos, inicialmente em crianças e posteriormente em adultos [5][6][7][8] . O primeiro transplante hepático intervivos foi realizado por Raia et al. na Universidade de São Paulo em 1989 9 . Desde então, o número de transplante hepático intervivos vem crescendo [10][11][12][13] . O transplante hepático é um procedimento cirúrgico bastante oneroso, com grande impacto nas despesas hospitalares [14][15][16] . Preocupações sobre o impacto financeiro do transplante hepático têm limitado sua indicação em muitos países em desenvolvimento, apesar de seus benefícios terem sido amplamente documentados. No Brasil, existem poucos estudos sobre o custo de transplante hepático cadavérico 17 . O custo do transplante hepático intervivos ainda não foi avaliado no nosso meio. O objetivo do presente estudo é comparar o custo do transplante hepático cadavérico com o intervivos.