2016
DOI: 10.1590/2238-38752016v626
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Quem Precisa De Cultura? O Capital Existencial Do Funk E a Conveniência Da Cultura

Abstract: Resumo Qual é a conveniência do funk? Deve o funk ser útil para poder ser aceito como cultura? Muitas vezes discursos que buscam apresentar o funk como uma prática cultural legítima recorrem a sua suposta utilidade. Duas leituras se destacam. O funk serviria para retirar crianças e jovens do "mundo do crime" ou seria uma lucrativa forma de economia criativa. Este artigo desafia tais leituras sem, no entanto, negar a utilidade do funk. Contudo, não se trata apenas de instrumentalidade, mas de uma forma de gerar… Show more

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“…A produção de estigmas neste sentido remontaria à última década do século passado no Rio de Janeiro, com ressonâncias também em Porto Alegre, em particular na discriminação da população negra (AMARAL, 2017;ARRUDA et al, 2010). De outra parte, concorreria com a estigmatização do funk o que Muniz (2016) critica como uma "utilização conveniente da cultura", viabilizada em apelos por uma economia criativa, de modo a explicar sua relevância (como proteção contra a criminalidade ou forma de trabalho produzido localmente). A existencialidade da prática seria secundada em nome de justificativas morais.…”
Section: Sobre As Narrativas Da Alegria: O Funk E Uma Escolaunclassified
“…A produção de estigmas neste sentido remontaria à última década do século passado no Rio de Janeiro, com ressonâncias também em Porto Alegre, em particular na discriminação da população negra (AMARAL, 2017;ARRUDA et al, 2010). De outra parte, concorreria com a estigmatização do funk o que Muniz (2016) critica como uma "utilização conveniente da cultura", viabilizada em apelos por uma economia criativa, de modo a explicar sua relevância (como proteção contra a criminalidade ou forma de trabalho produzido localmente). A existencialidade da prática seria secundada em nome de justificativas morais.…”
Section: Sobre As Narrativas Da Alegria: O Funk E Uma Escolaunclassified
“…Nas imagens com predomínio de menções ao funk, há referências a elementos e estilos de vida que os seus subgêneros abordam, como comportamentos socialmente desviantes e/ou relacionados ao consumo, à sexualidade e ao corpo feminino. Estudos antropológicos também associaram o gênero a um escape afetivo de problemas estruturais como racismo e pobreza 38 .…”
Section: Estilos Musicaisunclassified
“…Mesmo com a criminalização e perseguição ao funk e aos bailes, alguns cantores tiveram espaço em gravadoras e apareceram em programas televisivos e radiofônicos, explicitando, assim, a divulgação dele. Apesar da produção de visibilidade e, também, de renda para profissionais e cantores (Muniz 2016), o funk e os bailes não deixaram de ser alvo de restrições pela polícia. Contudo, ações de funkeiros visaram a ressaltar o aspecto de resistência que o funk teria, bem como seria uma manifestação cultural de jovens pobres, moradores de favelas e subúrbios, contribuindo para o seu reconhecimento como patrimônio imaterial em 2009.…”
Section: Especificidades Do Funk E a Variação Do Funk Gospelunclassified
“…Perpassado por polêmicas, falando do cotidiano das favelas, da violência dirigida aos seus moradores e outras questões que balizam o protesto ou não, o funk pode ser considerado um modo de fruição e, igualmente, uma via de "esperança e otimismo" com o que pode ser alcançado por artistas; ainda tem proximidade com o ativismo político quando se trata da defesa de direitos de mulheres ou dos direitos de seus produtores (Muniz 2016).…”
Section: Especificidades Do Funk E a Variação Do Funk Gospelunclassified